sábado, 2 de outubro de 2010

Em trânsito…

IMG_4967 Em frente da igreja de Hrastovlje, Eslovénia

E estou de regresso, aproveitando as 4 horas e meia que tenho de esperar pela ligação para Lisboa, aqui, em Madrid, para reflectir um pouco sobre algumas pequenas coisas que, durante esta semana me fizeram pensar bastante.


Devo explicar, antes do mais, que o curso que frequentei, «Fading Borders?», («Fronteiras que se esbatem?», em português), em Trieste, foi de uma importância enorme para a minha formação enquanto homem, professor e cidadão duma Europa que, cada dia que passa, fica maior e com menos barreiras.


Estiveram presentes professores da Holanda, Espanha, França, Grécia, Itália, Alemanha, Finlândia, Turquia, Roménia e, claro, Portugal. Acção financiada pela Comunidade Europeia e integrada no Projecto Socrates-Comenius, decorreu de 23 de Setembro até hoje, 2 de Outubro, na cidade de Trieste, em Itália, na junção das fronteiras de Croácia e Eslovénia.


Mas não queria falar do curso propriamente dito, que farei mais tarde, mas sim duma coisa que, decerto, já todos nós constatamos quando vamos ao estrangeiro. E eu explico:


A língua oficial de trabalho era o inglês e todos se desenrascavam, uns com mais dificuldades do que os outros, mas entendíamo-nos todos, com eficácia. Nos períodos de mais descontracção, naturalmente dividíamo-nos em grupos mais pequenos e falávamos noutras línguas. E foi aí que verifiquei que nós, portugueses, não exportamos a nossa língua, não aproveitamos esta arma perfeita para ganhar importância, negócios, relevância. Eu tentava falar inglês com os finlandeses e holandeses, francês com o meu amigo Fred, espanhol com os espanhóis, italiano com os italianos... Mas ninguém falava português! Alguns conheciam o banal «bom dia» e viva o velho!


Quando estavam os espanhóis (alguns não dominavam muito bem o inglês), falavam espanhol entre eles, ao qual eu me juntava, pois é língua que percebo bem. Mas também o Fred, francês, dominava o espanhol! E o Friedrich, alemão... E o Fokko, holandês...

E de português, népia! Ainda gritei uma vez em português vernáculo «mas ninguém fala português comigo, porra?» mas ninguém percebeu, pois claro! E lá tivemos que continuar em espanhol! E olé!


E que melhor sítio para discorrer sobre isto se não o território espanhol? E ainda por cima estou a ver o Mourinho «hablando en la tele»… ‘Porca miseria’…

2 comentários:

sandro pecchiari disse...

that's true! Portuguese is so fascinating. I'd like to speak it. But unfortunately in trieste we only got brazilian crash courses which is not the same: the pronounciation is so different. besides I prefer the sound of original portuguese than the one they speak in brazil.
perhaps a crash course in portugal could do the job: i learn quickly!
Have a nice way back to Lisbon, it was so nice to meet you here!

Papagaio disse...

Oh Sandro, with your ability to speak any language, and being Italian, it would take you a few weeks and you'd speak a perfect Portuguese. And maybe it's what you're missing: after Greek, Arabic, why not Portuguese?
Be well, my friend.