sábado, 30 de janeiro de 2010

«Salvem a Maria!»


Já aqui tinha falado, em Julho do ano passado, da Maria, filha de Antónia Correia, Professora do 1º Ciclo, que em virtude de uma sentença judicial, foi separada da mãe e internada num lar por, supostamente, sofrer de um Síndrome desconhecido da OMS, chamado de «Alienação Parental»!

A história foi, há pouco tempo, objecto de reportagem na RTP1, com o nome de «Filha Roubada».

Com o intuito de informar e apresentar o caso a um número maior de pessoas, foi criado o site


como forma de fazer chegar o caso a cada vez mais pessoas, para que a indignação pelo facto cresça e possa ser algo que ajude a resolução a um caso tão grave, como ridículo e injusto.


***********************************************

(editado às 00:30 de Dom, 31.01.2010)

Este é o site da mãe da Maria. Vamos todos dar força a esta mãe? São muitos meses de sofrimento para uma mãe mas principalmente para a filha.

Se puder não deixe de ajudar e escreva uma frase, uma palavra... Esta mãe e esta filha necessitam de muito apoio. Por favor vamos unir-mo-nos neste site com uma mensagem de apoio e solidariedade

Todos juntos conseguiremos trazer a Maria de volta a casa!

Obrigada

Ana

http://www.queridafilha.com/

Uma palavra, uma frase poderá fazer o que até agora o tribunal não fez!

.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O frango atravessou a rua. Porquê?


Professora Primária

"Porque o frango queria chegar ao outro lado da rua."


Criança

"Porque sim."


Platão

"Porque queria alcançar o Bem."


Aristóteles

"Porque é da natureza do frango atravessar a rua."


Descartes

"O frango pensou antes de atravessar a rua, logo, existe."


Rousseau

"O frango por natureza é bom; a sociedade é que o corrompe e o leva a atravessar a rua."


Freud

"A preocupação com o facto de o frango ter atravessado a rua é um sintoma de insegurança sexual."


Darwin

"Ao longo dos tempos, os frangos vêm sendo seleccionados de forma natural, de modo que, actualmente, a sua evolução genética fê-los dotados da capacidade de cruzar a rua."


Einstein

"Se o frango atravessou a rua ou se a rua se moveu em direcção ao frango, depende do ponto de vista... Tudo é relativo."


Martin Luther King

"Eu tive um sonho. Vi um mundo no qual todos os frangos livres podem cruzar a rua sem que sejam questionados os seus motivos. O frango sonhou."


George W. Bush

"Sabemos que o frango atravessou a rua para poder dispor do seu arsenal de armas de destruição maciça. Por isso tivemos de eliminar o frango."


Cavaco Silva

"Porque é que atravessou a rua, não é importante. O que o país precisa de saber é que, comigo, o frango vai dispor de uma conjuntura favorável. Não colocarei entraves para o frango atravessar a rua."


José Sócrates

"O meu governo foi o que construiu mais passadeiras para frangos. Quando for reeleito, vou construir galinheiros de cada lado da rua para os frangos não terem de a atravessar. Cada frango terá um documento único de identificação e será avaliado e tributado de acordo com a sua falta de capacidade para atravessar a rua."


Mário Soares

"Já disse ao frango para desistir de atravessar a rua! Eu é que vou atravessar! Não vou desistir porque sei que os portugueses querem que eu atravesse outra vez a rua!!!"


Manuel Alegre

"O frango é livre, é lindo, uma coisa assim... com penas! Ele atravessou, atravessa e atravessará a rua, porque o vento cala a desgraça, o vento nada lhe diz!"


Jerónimo de Sousa

"A culpa é das elites dominantes, imperialistas e burguesas que pretendem dominar os frangos, usurpar os seus direitos e aniquilar a sua capacidade de atravessar a rua, na conquista de um mundo socialista melhor e mais justo!"


Francisco Louçã

"Porque é preciso dizer olhos nos olhos que só por uma questão racista o frango necessita de atravessar a rua para o outro lado. É uma mesquinhice obrigar o frango a atravessar a rua!"


Valentim Loureiro

"Desafio alguém a provar que o frango atravessou a rua. É mentira...!!! É tudo mentira!!!"


Paulo Bento

"O frango atravessou a rua com tranquilidade... Era isso que esperávamos e foi isso que aconteceu, com muita tranquilidade. O frango ainda é muito jovem e estas coisas pagam-se caro, com tranquilidade!!!"


Zézé Camarinha

"Porque foi ao engate! É um verdadeiro macho, viu uma franga camone do outro lado da rua e já se sabe, não perdoou!!!"


Lili Caneças

"Porque se queria juntar aos outros mamíferos."


Autor desconhecido

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Dívida de Gratidão...


Numa época em que o nosso país e todo o Mundo enfrentam uma época de depressão e desânimo, gosto de pensar e falar de pessoas boas, daquela gente que passou pelas nossas vidas e deixou uma marca, algo que nos ajudou a fazer aquilo que somos hoje.

Sempre ouvi os mais velhos dizerem que «Ponte de Sor é mãe para os de fora e madrasta para os que cá nasceram.» Infelizmente, esse adágio foi-se confirmando ao longo da minha vida, o que talvez possa explicar o pouco espírito bairrista que germina nas pessoas naturais de Ponte de Sor. Mas adiante.

E é precisamente sobre uma pessoa que, embora não tenha nascido em Ponte de Sor, muito jovem aqui se estabeleceu. E que Ponte de Sor não tratou bem, reconhecendo o trabalho desenvolvido ao longo dos anos.

Falo, claro, do
Dr. João Martins Gomes Pequito,

ou Dr. João Pequito ou, mais simplesmente, do Dr. Pequito.

O Dr. Pequito foi, desde os meus tempos de estudante, uma referência importante e, quiçá, uma das pessoas que mais me influenciou na escolha da profissão que tenho hoje.

Nasceu em Lisboa em 27 de Fevereiro de 1928 em Lisboa, onde se licenciou em Filologia Germânica, tendo dedicado toda a sua vida ao ensino, primeiro em vários Liceus de Lisboa e, desde 1967/68, em Abrantes, onde foi Vice-Reitor.

Em 1975 foi transferido para a recém criada Escola Secundária de Ponte de Sor, onde leccionou até se reformar, em Junho de 1991.

Foi uma figura multifacetada. Lembro-me, particularmente, de uma entrevista que deu à jornalista Maria Elisa (acabadinha de entrar na RTP), onde falou do amor que tinha pelas crianças e por teatro de fantoches, se não estou em erro. Devíamos estar no início da década de 70 e foi um vizinho meu que, no Café Matuzarense, me explicou que aquele senhor era pontessorense e o marido da Dra. Maria José Mattos Fernandes, a proprietária da Farmácia Mattos Fernandes. E eu, petiz e curioso, lá fiquei a ouvir aquele senhor falar de teatro, de bonecos, sempre com um sorriso e aquela melena que, já na altura, era a sua «imagem de marca».

Foi amigo de Virgílio Ferreira, de David Mourão Ferreira, de José Régio, de Vieira de Almeida...

Foi cronista em vários jornais, como o «Diário de Notícias» e «Ecos do Sor», onde escrevia regularmente.

O seu extraordinário conhecimento de línguas (o seu sotaque «british» era algo que me dava um prazer enorme escutar!) permitiu-lhe desenvolver contactos com o Partido Socialista Inglês, tendo fundado o Partido Socialista de Ponte de Sor, em 1975.

Faleceu no dia de Natal de 1999, com 70 anos.

O Dr. Pequito tem sido, ao longo dos tempos, maltratado por todos aqueles que têm o dever de perpetuar o exemplo de um homem íntegro e bom.

Neste 10 anos que se seguiram após a sua morte, a única homenagem que vi prestarem a este Homem de letras, pedagogo, humanista e culto, foi um artigo assinado pelo Jorge Traquete no suplemento O2 do «Ecos do Sor». Celebrava-se, então, o sexto aniversário da sua morte. Dizia:

"Estas linhas pretendem assinalar os seis anos da morte de um homem que alguém classificou como “um pioneiro da democracia”. Um homem convicto que, enquanto Reitor do Colégio de Abrantes, democratizou o ensino, numa cidade onde os vínculos ao antigo regime eram por demais evidentes e até férreos! Um gentleman na verdadeira acepção da palavra."

Foi sempre uma pessoa do seu tempo, as suas aulas de Inglês e Alemão eram sempre um acontecimento, conseguia motivar os alunos sem «estratégias», «projectos», «planificações», sem nada daquilo a que o eduquês nos habituou, somente o seu amor pelo ensino e pelas línguas.

Quando o Dr. Pequito ainda estava em Abrantes, ainda como Reitor, em finais de 1972, lembro-me de ter terminado o meu 2º ano na nova Escola Preparatória de Ponte de Sor e ter que optar: ou ficaria em Ponte de Sor e matricular-me-ia na Escola Técnica ou teria que ir para Abrantes, onde poderia continuar o Liceu e seguir a minha paixão pelas línguas.

Foi a primeira vez que falei com ele. O meu pai deixou-me à porta do Liceu e eu lá tive que procurar pelo gabinete do Reitor.

Entrei no gabinete, a medo, e encontrei-me perante «o Reitor», esmagado pelo poder que aquela figura imponente me transmitia. Logo ali me pôs à vontade, ao saber que eu vinha de Ponte de Sor. Apresentei-me, disse qual era a minha família, tudo isso e apresentei-lhe o meu dilema. Lembro-me de ele me dizer:

«Se gostas de línguas, nada a fazer. NÃO VAIS para a Técnica, isso era um crime. Tens de ir para o Liceu!»

Logo assim, tão peremptório que eu logo não vacilei. Dei o meu nome, inscrevi-me e ele, com um olhar matreiro, explicou-me que havia outros como eu e que, se houvesse mais, haveria a hipótese de se criar uma turma em Ponte de Sor.

E assim foi. No ano lectivo de 1972-73 foi criada, não uma, mas sim duas turmas que fundaram a Secção de Ponte de Sor do Liceu Nacional de Abrantes! E tudo isto pela influência vocês sabem de quem!

Outro episódio que gosto de referir diz respeito ao período do pós 25 de Abril, 1975 ou 1976. Eu estava no 6º ano, na altura chamado de 1º Ano do Curso Complementar dos Liceus e o Dr. Pequito era o meu professor de Inglês. Eu tinha desenvolvido alguma cumplicidade com ele, em parte por ser meu professor mas também por o meu pai ser dono do café onde o Dr. Pequito gostava de tomar a sua bica e os seus «proletários». E o que eram esses «proletários»? Eram os «uísques proletários», brandy com 7Up!

Lembro-me que, pelas tardes, gostava de ir até ao café ler «O Mundo Desportivo». E eu dava com ele inúmeras vezes a rir, ao ler as notícias desportivas! Mas que enigma... que um dia descobri, quando lhe ia levar o «proletário»: dentro do jornal, conseguia manobrar um livro de anedotas, na altura chamadas picantes, de nome «Riso Mundial»!

Vendo-se descoberto, lançou uma das suas gargalhadas que enchiam qualquer sala... com aquele sentido de humor sempre presente, sempre inteligente!

Adorava «meter-me com ele» sobre aquilo que nos dividia: eu era Benfica, ele Sporting! Quando o Sporting perdia, era vê-lo se semblante carregado, mas quando o azar calhava ao Benfica, afivelava o seu maior riso trocista e ninguém o parava!

Do que eu conheço do Dr. Pequito, só teve uma homenagem em vida. Foi o Núcleo Sportinguista da nossa cidade que lhe promoveu uma sentida homenagem, das mãos do então Presidente Sportinguista, Sousa Cintra.

Ainda do artigo do Jorge Traquete, nos «Ecos do Sor», em 2004, respingo mais estas palavras, que ajudam a compreender o carácter da pessoa que foi o Dr. Pequito:

"Apenas por uma vez tentei uma entrevista com ele. Escrevia eu para o “Primeira Linha” de Abrantes. O Dr. Pequito recusou. Lembro-me das palavras dele: “Penso que não tenho muito a dizer. o leves a mal mas fica para a próxima”. É uma das imagens que guardo com grata memória, a forma como declinou a entrevista e que atesta o perfil deste homem. Os ingleses chamam-se low profile. Eu chamo-lhe humildade."

Tendo prestado tantos e tão bons serviços na Escola Secundária de Ponte de Sor, quiseram perpetuar o seu exemplo, propondo, em 1998-99 o nome do Dr. João Pequito para nome desse estabelecimento de ensino. Infelizmente, a Assembleia de escola recusou! Por que motivos? Esse é um mistério que irá perdurar para sempre, pois nem sequer lhe foi proporcionado uma festa de despedida para aqueles que o quisessem homenagear!

E que dizer da nossa Câmara Municipal? Em Fevereiro de 2000, a Assembleia Municipal aprovou por unanimidade (por unanimidade, repito!) homenagear este distinto humanista com o nome de uma rua. Conforme é fácil de constatar, em 10 anos nada foi feito! Será que não foram criado bairros novos? novas ruas? E que outros nomes foram atribuídos? Só dá vontade de rir... para não chorar!

Partindo de políticos, não me espanta. Porque, como disse Alphonse Carr, «
O esquecimento é a morte de tudo quanto vive no coração.» E existirá criatura mais sem coração do que um político?

E já vou longo, mas este era um post que eu já há muito queria fazer. Acho que devia isso à memória do Dr. Pequito.

E, quem sabe, poderá despertar algumas consciências adormecidas! O Dr. Pequito, o seu exemplo, a sua postura de coluna direita merece-o!

Como nota final, quero agradecer ao Jorge Traquete e ao jornal «Ecos do Sor» por me terem facultado o artigo de homenagem ao Dr. Pequito, bem como as fotos. Um grande obrigado do Papagaio!
.