...ou como quem diz, «O abismo chama o abismo».
Não bastava o Haiti ser um dos mais miseráveis países do Mundo, e lá teve que gramar com um sismo grau 7 em cima, para ajudar a miséria crescente que é viver naquele território esquecido por Deus!
Eram 22 horas (hora de Lisboa) de passado dia 12 quando o Mundo tremeu a 15 quilómetros da capital do Haiti, Port Au Prince.
A miséria era tanta e a destruição foi tal que, 48 horas depois ainda não se conseguiu contabilizar o total de mortos e feridos. Fala-se de milhares, mas tudo são previsões pouco fiáveis.
Dá verdadeiramente uma dor de alma imensa ver como aquele povo, no meio da pobreza que é ser o quinto do mundo na taxa de desemprego (cerca de 70%), tentar subsistir no meio de todos aqueles destroços.
O rendimento per capita apurado no ano passado foi de cerca de 2 dólares por dia, cerca de 1,5 euros, 300 mil réis na antiga moeda!
Consegue, caro leitor, imaginar viver com um euro e meio por dia? Sem esperança de emprego? Sem desejos de futuro? E ainda por cima, com toda aquela destruição?
Segundo dados recentes divulgados na última edição do «Expresso», 50% dos alimentos são desperdiçados e deitados no lixo.
Sim, eu sei, 50% quer dizer metade! Direitinho para o lixo!
Esses produtos actualmente desaproveitados dariam para alimentar mais de 50 milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas!
Ou, em alternativa, dariam para evitar a morte de 15 milhões de crianças por ano!
Ainda segundo os dados das Nações Unidas, o Mundo tem cerca de 900 milhões de pessoas subnutridas. São cerca de de 15% da população mundial...
Tomando como exemplo duas antigas colónias portuguesas, o índice de subnutrição em Angola e Moçambique é de 40% e 37%. Já no que ao Haiti diz respeito, antes do sismo, quase duas em cada três pessoas passa fome!
O futuro para aquelas bandas não se prevê muito auspicioso. Espera-se que a opinião pública ponha a mão na consciência e resolva ajudar mesmo o martirizado povo haitiano.
Porque para aquelas lados não existe nenhum rendimento mínimo...
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