sábado, 9 de janeiro de 2010

Afinal parece que sempre valeu a pena!...

Manifestação Nacional de Professores, Lisboa, 8 de Março de 2008








Manifestação Nacional de Professores, Lisboa, 8 de Novembro de 2008







Greve Nacional de Professores, Escola dos 2º e 3º Ciclos João Pedro de Andrade, em Ponte de Sor, 3 de Dezembro de 2008

8 comentários:

M. disse...

Vale a pena lutar!
«Acordo entre Governo e professores põe fim a quatro anos de conflito»
Deste processo há, desde já, uma lição a reter: vale a pena lutar! Esperemos, agora, que o acordo permita pacificar a vida nas escolas e melhorar os níveis de motivação, indispensáveis a uma melhoria na qualidade do ensino. É disso que precisam os professores, os alunos e o país.

FAIRES disse...

Caro amigo,
Não sei porquê mas cheira-me que estás a deitar foguetes antes da festa.

Um abraço,

J.A.M. disse...

Educação em Portugal é aquele belo átrio do edifício veiga-simoniano da 5 de Outubro, pejado de retratos "à la minute" das sumidades ministeriais que nele se assentaram, incluindo a actual líder do PSD, e entre as quais raras são as que viveram como professores de alma grande. Mas, ontem à noite, retomando-se o hábito dos homens e das mulheres sem sono, lá se fez, depois de muitos preâmbulos de barganha, um dito armistício, em nome do "bom e velho Estado" que nos protege contra os banqueiros, para parafrasearmos Sócrates em Paris, quando procurava "traduzir em calão" o conceito de Nação de presidente gaullista.

Por outras palavras, entre Maria de Lurdes e Isabel, entre Rodrigues e Alçada, apesar de haver o mesmo chanceler, em presidencialismo de Primeiro-Ministro, as políticas são exactamente outras, assim se manifestando como a pressão do activismo sindical, nomeadamente com cem mil na rua, tornou o movimento corporativo relativamente frutuoso e compreensível para uma professora em função ministerial. Por outras palavras, o fim voltou a ser o princípio e talvez o regresso à lenta recuperação do prestígio de uma classe, depois da luta. Sobretudo quando continua o confronto com a pesada burocracia, tecnocrática e construtivista, dominada por uma gerontocracia de avaliólogos e educacionólogos em circuito fechado, onde interessa mais um relatório à Roberto Carneiro, para gestionário ler as tabelas, do que o amor da aula, ou o diálogo directo com os alunos, as famílias e as comunidades onde eles se inserem.

Resta saber se há coragem para se retomarem as ideias das velhas, mas não antiquadas, repúblicas de professores de base, como o foram um Hernâni Cidade, um José Régio, um Sebastião da Gama, um Rómulo de Carvalho, ou um Virgílio Ferreira, quando os professores se assumiam como missionários de uma religião cívica, a da instrução popular ou a da educação nacional. Por outras palavras, só voltará a haver prestígio dos professores quando eles puderem retomar uma função política, comunitariamente consensualizada, não a de vendedores de ideologias de um qualquer livro único politicamente correcto, de acordo com o pensamento dominante, mas algo bem mais estrutural: a religião secular da pátria e da humanidade e a transmissão daquela invisível corrente de humanismo que nos permite a rebeldia e até a insolência, as dos homens e das mulheres livres, virtude básica de uma ética de democracia.

luisa disse...

Com o tempo a passar por mim...olho para isto tudo e "escunfio" que ainda não acabaram os palhaços!!! Mas, tenhamos esperança enfim...já se caminhou um bocadinho, ao menos isso!

Anónimo disse...

Tanta gente que não gosta de trabalhar, e se gostam ao menos que o façam com qualidade, pois ela não existe.
Nem sei como ainda têm coragem de se ir manifestar.
Na Venezuela.....

Vão mas é trabalhar seus calões.

P.S. Apesar de saber que esta comentário num vais ser colocado.

Papagaio disse...

Caro Anónimo

Não é por discordar do seu comentário que o vou excluir. Aqui neste blogue todos têm direito à sua opinião, são as regras do jogo.

Comentários como o seu não são de admirar, visto que a opinião pública foi tão intoxicada nestes anos de glória socialista, que todos os ressentimentos vieram ao de cima: ou o profissional que se considera mal pago, ou o aluno ressabiado com algum professor, ou o desempregado à cata de emprego...

Não concordo com o seu comentário, visto que generalizar uma classe inteira pela mesma bitola baixa, é revelador de intolerância, desconhecimento da realidade...

Claro que, como em toda a classe profissional, há de tudo no mundo da educação. Há que separar o trigo do joio, coisa que o meu/minha amigo/a não fez.

Como vê, o seu comentário foi colocado.

Fique bem e tome uns Alka seltzer que isso passa.

Papagaio

Anónimo disse...

Caro papagaio

Antes de mais obrigado por publicar o comentário, embora sempre tenha esperado que o viesse a fazer.

Em relação a questão dos professores, temos de reconhecer, hoje em dia isso é muito dificil, até mesmo o Sr. que pertence a mesma classe.
Para que se consiga fazer alguma coisa todos tem de sofrer.
Sou da opinião que um professor do Norte não terá obrigatoriamente de dar aulas no Algarve, isto é estupidez. Mas no caso disso acontecer há que lhes dar valor, e não aos professores que estão a dar aulas pertinho de casa, que podem escolher os horários como mais lhe convem, tendo "1 ou 2" aulas por semana, ganhem uma pipa de massa, e ainda venham para a porta do ministério mandar "bitaques" para o ar.

É necessária uma avaliação dos professores bem apertada para que possam fazer valer o € que ganham.

E que descaramento é esse em dizer que tem pouco tempo para preparar as aulas, quando existem professores, inclusive na sua escola, que para as aulas levam apenas um caderno debaixo do braço?
Professores que lá estão a já muitos anos e que parece são os donos do mundo.

A sua escola como também sabe não é o melhor exemplo, quer de alunos quer de professores.O que lá acontece não acontece na Escola Secundária. Além disso quando veem da sua escola os alunos estão mal preparados.

Será culpa de quem?

Responda-me pois não consegui ainda chegar a uma conclusão.

Os melhores cumprimentos

Papagaio disse...

Caro Anónimo

Não querendo fazer disto uma polémica, aqui estou uma vez a responder/contestar o seu comentário.

E começo por lhe colocar uma pergunta: Qual é a classe profissional onde só existem excelentes? ou modelos? ou "le crème de la crème"?

É lógico que, só por muita má vontade não concordaria com a sua opinião que há professores e professores. Há que separar o trigo do joio, nem todos são bons, como nem todos os médicos são bons, ou advogados, ou mecânicos, ou...

Agora o que não concordo é colocar as maçãs todas no mesmo cesto.

E acredite que lhe digo que sei de professores que, como você diz, "levam apenas um caderno debaixo do braço".

Mas e aqueles que não o fazem? E aqueles que, como muitos, a esta hora, num sábado, estão a ver testes, a planificar as aulas, ou a corrigir trabalhos, a retirar tempo precioso de um fim de semana em que se deveria privilegiar a família?

Por isso, já vê. Há de tudo, meu amigo!

Quanto à qualidade dos alunos da minha escola, só por estultícia ou má vontade se poderá comparar com a da Escola Secundária. E isso por um simples motivo: a escola a que pertenço recebe TODOS os alunos que entram no 2º ciclo, 5º ano. TODOS! Com todos os vícios que essas crianças trazem, de todas as aldeias do concelho. E que nós, professores do 2º ciclo, tentamos trabalhar, ensinar, aperfeiçoar, muitas vezes ensinando-lhes coisas básicas como ir a uma casa de banho, a alimentar-se devidamente, a dizer "obrigado", "por favor", "com licença"...

Chegados ao 3º ciclo, uns seguem para a Secundária e outros ficam por cá. Tão simples como isso!

E já me estou a alongar muito, pois fiz um intervalo na correcção de trabalhos de Língua Portuguesa para espairecer um pouco no teclado do PC e o trabalho tem de ser feito, segunda feira é outra semana.

Por isso, caro Anónimo, acredite em mim (se quiser) quando lhe digo que a escola a que eu pertenço não tem só excelentes professores, mas pode crer que há muitos que são verdadeiramente bons, que se esforçam por criar Homens e Mulheres que não envergonhem a cidade e o concelho a que pertencem, que sejam bons profissionais, independentemente da profissão que queiram seguir.

Fique bem e bom fim de semana