sábado, 6 de fevereiro de 2010

Como Definir O Indefinível?


A raça do Alentejano?

É, assim, a modos que atravessado.

Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho...

E também não é bem judeu, nem bem cigano.

Como é que hei-de explicar? É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie";

Dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;

Dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas;

Dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos;

Dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós;

Dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto;

E dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O Alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada. Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.

Não é fácil fazer um Alentejano. Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus. Mas os Alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus: nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?

Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que

«As qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».

E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?

Era um descanso!

(autor desconhecido)

7 comentários:

Teresa Diniz disse...

Pronto, fiquei a conhecer-te um pouco melhor!
Gostei da frase do M. Friedman, tenho andado a pensar isso mesmo nos últimos tempos, enquanto assisto a estas palhaçadas orçamentais!
Bjs

luisa disse...

Boa malha!
Não é alentejano quem quer...

Teresa P. disse...

Boa noite!

Gostaria de perguntar ao autor, por curiosidade, onde encontrou ou quem fez esta ilustração...

parabéns pelo blog

Papagaio disse...

cara Teresinha

obrigado pelas suas palavras.

Quanto à ilustração, já tem uns anitos e foi feita por um aluno meu, a propósito duma exposição sobre o mundo urbano e o mundo rural.

Lamento não ter mais informações.

Apareça sempre que quiser.

Bom fim de semana.

Teresa P. disse...

Olá,

Eu não fui sua aluna, mas esse desenho diz-me qualquer coisa... tinha feito um parecido (ou será esse?) num projecto de Área Escola, quando frequentava a EB23, salvo erro num ano em que fizemos qq coisa sobre o Alentejo, ou regiões.. Penso que foi no ano da Expo.. Mas é aquela sensação de olhar e pensar: "EH! Eu já vi isto em qq lado!!" Cumprimentos,

Teresa Peraboa

Papagaio disse...

Olá Teresinha

Pois claro que é a coisa mais natural do mundo que o desenho seja teu! Quando disse "aluno meu" queria dizer "do meu tempo", por isso é bem provável que tivesses sido a autora!

O trabalho de Área Escola era sobre o mundo rural, até se fez um livro e tudo. E como o desenho tinha uma beleza e ingenuidade tal, "roubei-to"! Apresento mil desculpas e vou dizer à "vizinha da Farmville" da tua mãe que lhe faça o pagamento. (podem ser cebolas e batatas?)

Um beijinho

Teresa P. disse...

hehe

O desenho não é meu, é da escola, é daquele momento, daquele trabalho... É muito muito engraçado vê-lo aqui passado tanto tempo.. Sim, porque provavelmente já terá sido feito há uns... 12 anos?? :) Foi um momento muito engraçado, porque costumo passar por aqui e deparei-me com ele..!! Uma verdadeira artista!! eheh :) Felicidades e bons posts, que eu vou continuando a ler!!

Beijo,

Teresa