Por isso, não se admirem se, um dia destes, acordarmos, "juntinhos" à Escola Secundária, formando um hiper-mega-super-buereré-agrupamento!
Quando, há poucos anos, começaram a aparecer os primeiros agrupamentos, a nossa escola não foi logo «contemplada», mas não demorou muito. Como diz o povo, «demorou mas arrecadou». E nós sabemos que, quando estes primeiros ventos começam a aparecer pelos finais de um ano lectivo, de certeza que coisa boa não está para vir. Recebi há pouco um mail onde se refere um poste do ProfBlog, a propósito da criação dos mega-agrupamentos (desculpem lá, mas com o novo acordo ortográfico não sei se leva o hífen ou não!)
Reza assim:
O processo começou com conversações entre responsáveis da DRE, autarcas e directores. Segue-se a nomeação pela DRE de uma Comissão Administrativa Provisória. A CAP tem a missão de conduzir o processo a bom porto: fazer eleições para um Conselho Geral representativo de todas as unidades de ensino integradas no mega-agrupamento. Por último, o Conselho Geral elege o director do mega-agrupamento. Logo que o director tome posse, nomeia um subdirector e três adjuntos. Por regra, escolhe os adjuntos de forma a que todos os níveis de ensino fiquem representados na direcção do mega-agrupamento.
Está previsto que as escolas secundárias não integradas venham a ser as sedes dos mega-agrupamentos verticais. Logo aí, haverá uma poupança significativa em suplementos de direcção e em reduções de cargas horárias lectivas. Essa concentração provoca, por si só, uma redução da despesa pública não despicienda. Esse facto fará com que a medida tenha a concordância do PSD e do CDS. Será um processo, portanto, com futuro assegurado.
Mas tem também o apoio dos professores. Vou explicar:
Com a aplicação do Decreto-Lei 75/2008, registou-se um corte afectivo entre directores e professores. Os conselhos gerais representam mais os grupos de interesse exteriores à escola do que os docentes. E o director passou a ser visto como um representante local da administração educativa. Os professores detestam mais os directores do que o director regional da educação e mais este do que os secretários de estado ou a ministra da educação. Quem está mais próximo a exercer um poder que não é reconhecido como legítimo pelos professores é sempre o mais mal amado.
Para muitos professores é mais cómodo lidar com um director que está afastado geograficamente dos espaços físicos onde os professores trabalham. É isso que acontece com os professores que trabalham em unidades de ensino que estão geograficamente fora da sede do agrupamento.
Por outro lado, muitos professores olham para a perda de mandatos dos directores e adjuntos como uma vingança merecida. Colocaram-se contra os professores e agora têm o que merecem. É isso que muitos professores pensam. E é por isso que não levantarão um dedo contra a criação dos mega-agrupamentos.
Ramiro Marques, in ProfBlog
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