segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Momentos...


A vida de qualquer professor é como a vida de qualquer outra pessoa: tem momentos bons e momentos maus. Ou se quisermos ser mais eufemísticos, momentos bons e outros menos bons.

Vivemos na ilusão de que o nosso trabalho seja reconhecido, quer pelos nossos alunos, quer pelas famílias, quer pelos nossos pares.

Quanto aos primeiros, eles são o primeiro e último elemento pelo qual devemos nortear a nossa vida, eles são o alfa e o ómega, o Ying e o Yang. Consegui-lo é garantir uma função bem feita.

As famílias, por consequência, tanto podem ser coadjuvantes como oponentes à nossa função de ensinar. Se as coisas correrem bem (leia-se, se os seus rebentos tiverem boas notas), então aquele professor é excelente, do melhor. Mas ai se as coisas não correm de acordo com os seu sonhos. Porque todos julgam ter a melhor das criaturas como filho. E como estão tantas vezes enganadas...

E relembro-me o caso duma aluna que, nos dois últimos anos, resolveu que me haveria de fazer a vida negra. E devo dizê-lo que, parcialmente, o conseguiu. Confesso que me auto-avaliei vezes sem conta, será que o errado era eu? será que tinha razão?

Mas não. A minha objectividade e trabalho com aquela turma particular dizia-me que o errado não era eu. E para piorar as coisas, a família resolveu fazer uma autentica cruzada, falando mal «daquele professor» em tudo o que era sítio, chegando inclusivé ao insulto fácil, cobarde e gratuito.

E eu não alterei o meu caminho. Outros colegas eram da minha opinião mas, ao chegar ao final de cada um dos anos, a aluna (já o adivinharam!) passou de ano e foi azucrinar outros docentes, como já tive oportunidade de constatar.

Costumo dizer aos meus alunos, naquelas palestras que costumamos dar em Formação Cívica, que as acções de cada um fica com quem as faz. Quanto maior for a certeza de que fazemos um bom trabalho, então mais perto estamos de ser verdade.

Mas veio esta lengalenga a propósito de outro tipo de reconhecimento: o dos nossos pares. (Confesso que a palavra «reconhecimento» talvez seja muito forte, mas quem ler as minhas palavras, saberá do que falo).

Esse reconhecimento do nosso trabalho é, actualmente, feito por quem nos avalia, ou seja, os nossos superiores hierárquicos.

O ensino atravessa, como todos devem saber, tempos muito conturbados no que à avaliação diz respeito. E na nossa escola acabaram de ser atribuidas as avaliações do desempenho docente.

E é engraçado decifrar todas as... nem sei como lhes chame... todas as voltas e revoltas que são dadas para se atribuir uma determinada classificação.

Já sabemos como as coisas funcionam: Quem não é por mim, é contra mim!

E mais não digo! Quem quiser que comente.

Mas não choremos por coisas de somenos. A vida é bela! E como dizia Oscar Wilde:

"A vida não passa de um «mau quarto de hora» composto de momentos deliciosos."


3 comentários:

Romicas disse...

Eis um poste que me agrada duplamente. Tanto pelo texto, como pelo vídeo, que é uma maravilha.
Mais palavras para quê?
Tudo foi dito, tudo foi mostrado.
Um beijo
Romicas

Teresa Diniz disse...

Já percebi que as coisas não correram bem, mas não te preocupes compadre. Somos superiores a estas coisas todas!
Bjs

HzoLio disse...

Ouvi dizer que ainda vamos ver, e conviver, com grandes cacholas... ;)

É que conseguir uma boa "avaliação" não custava (custa, porque aquele aborto de modelo de ADD ainda está em vigor) nada, agora ser bom professor é que é mais complicado.

Grande Abraço e nã t'apoquentes com isso. Olha, eu ainda não sei nada relativamente ao meu Bom... ;)