domingo, 18 de outubro de 2009

O Maior Espectáculo do Mundo!


O Circo chegou à cidade! O Circo chegou a Ponte de Sor. Com a sua tenda grande, as roulotes, as luzes, a cor, o som...

Era assim que era chamado, o Maior Espectáculo do Mundo!

Cecil B. De Mille imortalizou-o no clássico de 1952, «The Greatest Show On Earth», com Charlton Heston e Betty Hutton. Ganhou inclusivé o Oscar de Melhor Filme.

Foi sempre uma das Artes mais esquecidas. E quantos de nós na sua infância não sonhou em ser artista de circo? o equilibrista? o ilusionista? o palhaço? ou simplesmente o apresentador? As lantejoulas, os brilhantes, o glamour, o fascínio... Aquela ilusão de vida fácil, de viajar pelo mundo, do perigo, da emoção...

E os animais...

Foi no circo que vi, pela primeira vez, um leão! E um tigre!

Deste lembro-me muito bem, aquele primeiro encontro.

Foi durante uma Feira de Outubro. O circo ficava «estacionado» no antigo Largo da Feira, quase sempre no mesmo sítio, em frente da antiga casa dos padres, ao lado do Hospital. E naquele dia, após a montagem da tenda e de todos os apoios, chegaram os carros-jaulas com os animais. E num deles lá vinha o tigre! Belo e imponente!

Só vira tigres na televisão. E recordem que nesses tempos a tv era a preto e... cinzento. Por isso, toda a pelagem colorida e lustrosa daquele tigre de Bengala deixou-me de boca aberta! Que belo!


Sempre que podia lá dava uma saltada ao Circo. A minha casa ficava perto do Largo da feira, por isso já calculam que fazia essa viagem várias vezes. E muitas vezes a minha mãe me ralhou...

Qundo mais tarde visitei o Jardim Zoológico pela primeira vez, a surpresa já não foi tão grande. Outros bichos mereciam a minha atenção, mas quando passava pelos tigres, recordava-me daquele belo bicho que vi, pela primeira vez, na jaula dum circo no Largo da feira em Ponte de Sor, na já longínqua década de 60.

Para muitos de nós, petizes e curiosos, a primeira (e talvez única) vez que vimos animais foi através do circo. Elefantes, macacos, camelos, girafas... Zebras, crocodilos... os Ferozes Crocodilos do Nilo, assim eram chamados.

Vem toda esta conversa a propósito da nova legislação que impede que os circos tenham animais... e que estes nem sequer possam procriar!

(será que alguém já terá inventado preservativos para toda a bicharada?)

É quase como proibir um bar de vender bebidas alcoólicas... ou uma farmácia de vender medicamentos!

Os animais são a essência do circo! Concordo que tenha que existir uma legislação que regule o modo como os animais são mantidos nos circos. E sabemos que muitos estão mal acomodados, em jaulas exíguas...

Ok, concordo com isso, mas agora pagar o justo pelo pecador... Nem todos os circos tratam mal os seus animais. Que verifiquem as condições. Se forem boas, se os animais não sofrerem, tudo bem. Agora ser-se fundamentalista?! Basta de ASAEs cegas!

Temo que esta legislação seja o princípio do fim dos circos.

Curioso que na citada legislação nada se diz sobre as touradas... Por que será? Os animais não sofrem? Não sangram? São bem alimentados, com leite e cevada, como fazem no Japão, para ficarem mais tenrinhos?!

Por favor!!! Deixem-se de hipocrisias! Haja decência e tratem-se todos os animais por igual.

Se vamos proibir os animais nos circos, então também se deverão proibir as touradas.

Tão simples como isso!

Mas isto é só a minha opinião!
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2 comentários:

FAIRES disse...

Caro amigo,
Evidentemente que quem fez este tipo de lei, será uma pessoa completamente independente de interesses ...
No entanto além dos circos e das touradas, que eu em tese até posso estar de acordo, o estado além de legislar, as organizações de protecção além de decidirem, devem primeiro olhar para dentro.Então e a grande quantidade de Canis e Gatis sem qualquer tipo de condições. e que são responsabilidade das autarquias e consequentemente do estado.
Antes de atirarmos pedras temos de ver se os nossos telhados não são de vidro.

Um abraço

L.Carvalho disse...

Uma das maleitas do nosso tempo é a pressão dos novos moralistas da esquerda, uma espécie de talibãs eurocráticos, sobre tudo o que possa ser politicamente incorrecto. Grupelhos sem representação política nem influência social, acabaram por marcar agendas de partidos políticos, modificarem atitudes de candidatos conservadores, acabaram por impregnar a opinião pública de uma nova moralidade.

Esta gente que vem dos partidecos ecológicos, verdes e de anarquistas com amizades a separatistas e a alguns terroristas, tem tido uma aceitação brutal. O Bloco de Esquerda e o seu sucesso é um dos rostos deste reviralho do século XXI que nos chateia cada vez mais. Querem-nos ir ao bolso em impostos e querem o regresso da licença de isqueiro, através do telemóvel de serviço.

Estes padrecas querem que se deixe de fumar, de haver touradas, de andar de carro, de comer fritos, de comer carne vermelha, de bebermos aguardente caseira, proíbem a ginginha e o vinho tinto...e agora conseguiram que começassem a ser proibidos os animais selvagens nos circos.

É verdade que há circos onde o tratamento dos animais é desumano. Os bichos têm um ar infeliz, devem passar fome e duvido que não sejam castigados para desempenharem a medo o seu número. Mas também há empresas que tratam mal os trabalhadores, os despedem e os deixam a passar fome e não será por isso que se vão acabar com os trabalhadores ou com os patrões.

Esta lei, sobre os animais do circo não poderem voltar a procriar, e a proibição da compra de novos, é uma violência para aqueles que fazem do circo um espectáculo digno, profissional, e que respeitam a integridade dos animais. Um homem como Vitor Hugo Cardinalli, que sempre teve espectáculos de grande qualidade, por exemplo, não pode ver condenado o seu circo só porque há outras empresas que não respeitam as regras humanas do tratamento animal.

Acabar com os animais no circo é uma estupidez total. Só uma Europa burocrática, que fabrica leis feitas por uns deputados desligados das realidades nacionais, pode aprovar destes crimes contra a cultura popular.

É evidente que o Mundo não é perfeito. Se a vida fosse casta e pura como querem estes ayatollahs ocidentais não haveria nem touradas nem putas, nem ricos nem pobres, nem não -fumadores a levarem com o fumo dos outros, nem mariquinhas a inalarem CO2, nem cães a ladrarem, nem a polícia a facturar nas rotundas, nem um agente técnico a armar-se em arquitecto, nem um primeiro-ministro medíocre a ser reeleito pelo povinho, nem nada.

O Mundo não é perfeito. Felizmente que o não é. O tédio seria insuportável e estes estudantes de bons costumes eurocráticos uns ditadores como nunca vimos.