sábado, 3 de outubro de 2009

Tenho-me lembrado da «Maria»...


Claro que a "Maria" entre parenteses é um nome fictício, mas a pessoa de quem vou falar, existe mesmo.

Chamei-lhe Maria pois considero um dos nomes femininos mais puros, simples e bonitos da língua portuguesa. Numa época de Cátias Vanessas e Déboras Carinas ou Solanges Patrícias, é bom falarmos daquilo que é bonito.

Mas já me estou a esticar e a fugir do assunto.

A "Maria" (vou continuar a chamar-lhe assim) foi minha colega na Faculdade de Letras, no início da década de 80. Era (e é) uma joia de pessoa, embora tivesse uma família daquelas a que os nossos psicólogos chamam de uma família desestruturada. Os pais estavam separados, vivia com a mãe e o padrasto e a relação com este não era nada famosa.

Um dia a "Maria" apareceu junto a mim, com o branco do olho com algum vermelho, seria sangue? Perguntei-lhe o que era e contou-me com toda a simplicidade que tinha sido um mosquito a entrar e a fazer um estrago muito pequeno, como se podia constatar.

Rimo-nos como os jovens de 20 anos riem, de tudo e de nada, pois a vida era bela e o sol brilhava.

Lá mais para a hora de almoço, depois de uma aula chatérrima de Cultura Alemã, o vermelho foi aumentando e comecei a ficar preocupado. Um simples mosquito não fazia aquilo. Voltei a perguntar-lhe e ela somente me disse que estava a inchar e lhe começava a doer muito.

Quem conhece a Faculdade de Letras de Lisboa sabe que fica perto do Hospital de Santa Maria. Propus-me a acompanhá-la até lá e ela, vendo que as dores aumentavam, anuiu. E lá fomos.

Quando chegámos, fomos atendidos por dois jovens estagiários que começaram por lhe retirar a maquilhagem. E como a "Maria" era muito bonita e vaidosa, já calculam que a maquilhagem não se limitava a um simples risco nos olhos!

Fiquei banzado! ao verificar como os cosméticos conseguem esconder tanto! Assim que lhe começaram a retirar a base, o blush, o rimmel, o lápis... verificámos que a zona à volta do olho estava toda pisada! Toda mas toda mesmo! Um negrume, eivado de roxo, lilás... Indicava claramente um murro em cheio! E ela, envergonhada, somente dizia que tinha caído das escadas! Pois!!

E lembrei-me da "Maria" porquê? Pelo simples motivo daquilo que se tem passado na nossa cidade nos últimos dias:

UM ATAQUE GIGANTESCO DE COSMÉTICA!

Começando pelas passadeiras (pois, pois, vêm aí as eleições... quero dizer, a feira), continuando com aquela verdadeira Palm Beach, de palmeiras moribundas, onde se vêm inúmeros trabalhadores camarários a arranjar os tijolos soltos, jardins arranjados, sebes aparadas... E sorrisos em barda! Nunca vi o Senhor Presidente rir tanto e estar tão feliz! Possivelmente por ter a eleição no bolso! Ou talvez não!

Cá por mim, ainda vão conseguir (re)inaugurar os semáforos perto da Piscina e do estádio, que se encontram numa de pisca-pisca há uma data de dias, em virtude de um motorista com excesso de pontaria! E que fez aumentar as empresas de oficinas mecânicas de Ponte de Sor, visto que, desde que os semáforos se encontram avariados, já encontrei três casos de automobilistas que se «abraçaram» no dito cruzamento!

Mas isto sou eu a falar, por isso não liguem!

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