quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A propósito da «melhoria» dos resultados escolares (parte I)


Da caixa de correio do Papagaio, saliento este comentário de C.L., que passo a transcrever:

«José Sócrates diz que quem critica o estudo que dá conta da redução dos chumbos em Portugal está a insultar professores e alunos. Vamos esquecer os alunos, meros peões nesta história.

O Governo associa a queda dos chumbos ao esforço das escolas e seus profissionais. E para mostrar que não há eleitoralismo, o estudo abrange os últimos... 12 anos.

Diz até que as conclusões vão no mesmo sentido do de outros países da UE.


É verdade que a tendência aponta para o que se passa lá fora.


Mas será isso suficiente?


As comparações entre sistemas de ensino europeus e de outros países (nomeadamente Coreia do Sul, Japão e Índia) não deixam ninguém tranquilo. Ou seja, a pergunta que fica é: apesar de menos chumbos, os alunos saem com mais qualificações para enfrentarem o mercado de trabalho?


Não sei se Sócrates e a ministra são capazes de pôr o pescoço no cepo por esta verdade.


Eu não sou!


Vamos aos insultos.


Sócrates já devia ter percebido que quando se compram guerras com certas corporações só há um de dois resultados: ou se ganha ou se perde.


Não se empata.


Ora, depois de tanto "sangue mau" entre as partes, em que o ministério tinha razão no conteúdo (objecto das reformas) mas não na forma (métodos), é duvidoso que os professores caiam neste namoro, desavergonhado, de última hora.


É como se o noivo que largou a noiva para cortejar a vizinha decidisse regressar, meses depois, arrependido.


Ninguém acredita pois não?»



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2 comentários:

Anónimo disse...

Esta política socritina já deu o que tinha a dar. Nós, professores temos direito a ser respeitados e a não ser enganados com resultados estatísticos que apenas são números e não dizem nada sobre as aprendizagens realmente efectuadas pelos alunos. As pessoas, os alunos não são números, nem a realidade é preta antes de Sócrates e branca após este
1ºministro. Até porque diariamente passam para os alunos imagens de facilitismo,de vida fácil, do vale tudo, menos esforçar-se para obter bons resultados, eles até transitam de ano, sem nunca terem pegado nos livros, e a ministra vem dizer que está bem, que nunca como agora o ensino esteve tão bom! Que política de plástico!E depois são os professores que são avaliados na sala de aula e os alunos dizem à boca cheia, gostavamos mesmo que o professor X tivesse aulas assistidas que nós lhe fazíamos a cama! Eles já perceberam que os professores é que têm que mostrar resultados, os professores é que têm que fazer o pino e quando os alunos não fazem nada para saber alguma coisa, vem a família desestruturada, o pai que não quer saber da mãe nem dos filhos, os avós fugiram, os tios são alcoolócos etecetera e os professores são bonzinhos atendem a isto tudo e passam o menino, até porque se não passarem ficam de fora da quota. Quem quer ficar fora da quota? Ninguém!
E assim alegremente ou socritinamente estamos todos a contribuir para o sucesso escolar!E no princípio do ano, quando os professores tentam ( sim, porque ainda vamos tentando, ora se vamos! É o nosso trabalho)incutir-lhes algum trabalho e querem fazer a valiação desse trabalho, são logo avisados pelos alunos, oh, professor deixe-se disso, nós não fazemos testes, também não queremos levar os livros para casa, ficam aqui a descansar, and so one...
E assim temos muito sucesso!
E, coisa bonita, os alunos não precisam de se esforçar, mas os professores se quiserem subir na carreira, nas férias têm que fazer uma espécie de tese (40 páginas) e apresentá-la aos colegas que têm as mesmas habilitações que eles para poderem concorrer a uma espécie de concurso, cujas vagas sairão talvez em véspera de eleições!
Tudo isto,acontece naturalmente de boa fé tanto do primeiro Ministro, que consta para aí que tirou o seu diploma de engenheiro ao Domingo e com o aval da sua querida ministra (que até mete medo!!!!!)eu tremo logo que a vejo (brinco, mas olhem que o caso não é para menos, o que esta cabecinha e os seus acólitos se lembram não lembra a mais ninguém!).
Fico por aqui, que hoje já comentei q.b.
Professor à procura de titularidade ou seja lá o que isso é!

Teresa Diniz disse...

Caro Papagaio
Pois claro que professor que ainda acredite na choraminguice da ministra e na propaganda do nosso primeiro, ou é tonto, ou muito crédulo, ou não é professor que se preze!
Mas que os há, há!
Bjs
(Não me esqueci do que prometi, sobre Aristides S. Mendes, mas ainda não tive tempo de me organizar!)