Não, não se preocupem nem vejam nisto metamorfoses clubísticas!
Continuo vermelho, encarnado, escarlate... um bocadinho roxo de raiva pela derrota com o Guimarães, mas como sou daltónico...
Sinto-me verde, que é o mesmo que sentir-me ecológico. Pois hoje, dia 23 de Novembro, celebra-se em toda a Península Ibérica o
Sinto-me verde, que é o mesmo que sentir-me ecológico. Pois hoje, dia 23 de Novembro, celebra-se em toda a Península Ibérica o
Dia da Floresta Autóctone.
Mas que raio de palavra, «autóctone»... Entaramela-se-me na língua... mais parece alemã! Segundo os livros, «floresta autóctone» é uma floresta composta por árvores originárias do mesmo território. Portanto, nada de misturas.
E qual a importância das florestas autóctones? É simples de ver, senão observemos:
1) As florestas autóctones estão mais adaptadas às condições de solo e clima do território, sendo mais resistentes a pragas, doenças e a períodos longos de seca e de chuvas intensas, em comparação com as espécies introduzidas.
2) As florestas autóctones são componentes importantes no pastoreio de ovinos, na actividade apícola e no suporte aos cogumelos silvestres.
3) As florestas autóctones são importantes locais de refúgio e reprodução para grande número de espécies animais autóctones (alguns delas em vias de extinção, como a Águia-real, Águia de Bonelli, a Cegonha-negra ou o Lobo Ibérico).
4) As florestas autóctones ajudam a manter a fertilidade do espaço rural, o equilíbrio biológico das paisagens e a diversidade dos recursos genéticos.
5) As principais ameaças às florestas autóctone são incêndios, pragas, doenças, invasão por espécies não autóctones e cortes prematuros e desordenados.
Conforme podem facilmente constatar, «O Papagaio Daltónico» também é educação e cultura... Não é só «má língua», como muitos acusam!
Mas as palavras são como as cerejas, é verdade! Quando comecei a escrever este post não tinha a intenção de ser tão académico... Queria falar um pouco sobre o «Verde em Ponte de Sor».
Não! Não vou continuar a falar dos semáforos perto do estádio, pois parece que ninguém liga e as pessoas parece que gostam de estar assim. Vá lá saber-se...
O que queria aqui referir é que um dos motivos de chacota com que os meus amigos de fora costumam «picar-me» é a originalidade de, em Ponte de Sor, termos um... «Jardim de Pedra»! Para quem já viu um porco a andar de lambreta, poderá não fazer confusão, mas para quem goste de organização, equilíbrio, ordem e normalidade, convenhamos que não é habitual. Mas quem por cá passa saberá que Ponte de Sor é tudo menos... uma cidade habitual!
Continuando a falar de jardins, verdes e espaços ajardinados, que dizer do jardim que existe numa das zonas nobres e mais recentes da cidade, o Bairro do Monte da Pinheira? Para quem não saiba, é aquele bairro por detrás da Escola Secundária.
Jardim do Monte da Pinheira (Foto Ecos do Sor)
E qual será a originalidade desse... jardim? É simples. Continuando a falar da pouca... «habitualidade» de Ponte de Sor, da sua originalidade, que tal um jardim... sem árvores?!
Admirado? Então deixem-me explicar-vos e tentar descrever esse parque: uma zona central, com uma estrutura circular, formada por vigotas de cimento (algumas estão soltas, cuidado, pais!) que, penso eu, seriam para algum tipo de trepadeiras. Continuando, temos um parque infantil, pouco tratado, uma zona verde, com a relva frequentemente bem aparada (valha-nos isso!), dois caminhos a atravessá-la, com bancos de madeira, a necessitarem já de manutenção, que, em boa verdade poderá receber a sombra de alguns candeeiros que por lá estão, em dias de sol! Quanto a árvores, nada, zero, népia, nem autóctones, nem meio autóctones, nem transferidas, nada!
OK, já sei o que estarão a pensar: «se calhar o Bairro é novo, ainda não tiveram tempo de organizar o jardim...»
Pois, o Bairro é novo, começou a crescer há 15 anos... Se não chega para planear e executar, então não sei. Algumas das estruturas já precisam de reforma!
Por isso, meus amigos, anunciar plantações de árvores para comemorar o «Dia da Floresta Autóctone» pode ser muito bonito, mas não passará de uma grande hipocrisia se, no resto do ano, se manda às malvas (que também são verdes...) o resto das árvores e das zonas verdes do nosso concelho.
Para uma outra oportunidade, penso falar de outros dois membros da «classe verde» do nosso concelho: o sobreiro velhinho da Ervideira e as «arvores eléctricas» da Rua das Escolas!
Se por acaso, caro leitor ou cara leitora, tem algum exemplo que aqui queira deixar, força que ele aqui aparecerá.
Um abraço verde do Papagaio Daltónico.
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