'In ilo tempore', antigamente, era assim: o Escritor colocava a folha branca na sua máquina de escrever Remington (não sei porquê, há sempre uma Remington, deve ser pr'aí o Stradivarius das máquinas de escrever!) e olhava-a, primeiro de frente, depois de soslaio, à espera que chegasse a inspiração.
Se ela chegasse, ei-lo que, furiosamente, começava a debitar letra após letra, sílaba após sílaba, palavra após palavra e, quase sem dar por isso, as páginas sucediam-se com uma cadência superior. E o livro nascia.
Se não aparecesse, se as ninfas não lhe trouxessem inspiração, martelava umas tantas teclas e, furioso, arrancava a folha, amarrotava-a e lançava-a para o chão, reiniciando o processo, para mal das árvores e da ecologia. Pelo menos, é assim que vemos nos filmes!
E agora, como é? Ah, pois, há os blogues e tal, é fixe... Mesmo se o ecrã está em branco, não se amarrota o PC e deita-se fora! Há sempre um video do Youtube para ver, um mail para mandar, um site para navegar...
Mas onde é que eu ia? Ah, os blogues.
Afinal, o que são blogues? O que é o meu blogue? O que é UM blogue?
Em primeiro lugar, um blogue, o meu blogue, é uma manifestação narcisista, um sítio onde me revejo vários dias, onde gosto de escrever, onde me liberto. Aqui faço o que quero, escrevo as minhas ideias, as minhas idiossincrasias, as minhas paranóias, onde ponho as minhas fotos, os meus videos, os meus pensamentos...
E é giro, pois este blogue teve um parto um pouco atribulado. A minha parceira , a minha Amiga, a minha companheira (ui, já chega!) já tinha um blogue há algum tempo. Bem, um, não: dois! Tinha dois blogues. E eu não conseguia compreender por que ela tinha tanto que escrever. «Mas que raio de interesse tem isso? Um blogue?! Blaaaagh!»
E uma dia (há sempre um dia) veio ter comigo e ensinou-me como se fazia um blogue: 'olha, carregas aqui, onde diz enter, depois fazes assim, tás a ver? não carregues aí, que apagas tudo... não, aí não! grande burro, apagaste tudo!'
E eu aprendi. E fiz. E fui escrevendo umas coisas. E as pessoas foram lendo. E algumas gostavam. E o Narciso em mim cresceu. Tornei-me um Papagaio Daltónico Narciso. E as penas foram ficando cada vez mais coloridas. E alguém jogou uma pedra no lago. O espelho partiu-se e o ego acalmou-se.
E pronto. Os blogues têm destas coisas: não faço ideia sobre o que queria escrever. Fica para amanhã.
Se ela chegasse, ei-lo que, furiosamente, começava a debitar letra após letra, sílaba após sílaba, palavra após palavra e, quase sem dar por isso, as páginas sucediam-se com uma cadência superior. E o livro nascia.
Se não aparecesse, se as ninfas não lhe trouxessem inspiração, martelava umas tantas teclas e, furioso, arrancava a folha, amarrotava-a e lançava-a para o chão, reiniciando o processo, para mal das árvores e da ecologia. Pelo menos, é assim que vemos nos filmes!
E agora, como é? Ah, pois, há os blogues e tal, é fixe... Mesmo se o ecrã está em branco, não se amarrota o PC e deita-se fora! Há sempre um video do Youtube para ver, um mail para mandar, um site para navegar...
Mas onde é que eu ia? Ah, os blogues.
Afinal, o que são blogues? O que é o meu blogue? O que é UM blogue?
Em primeiro lugar, um blogue, o meu blogue, é uma manifestação narcisista, um sítio onde me revejo vários dias, onde gosto de escrever, onde me liberto. Aqui faço o que quero, escrevo as minhas ideias, as minhas idiossincrasias, as minhas paranóias, onde ponho as minhas fotos, os meus videos, os meus pensamentos...
E é giro, pois este blogue teve um parto um pouco atribulado. A minha parceira , a minha Amiga, a minha companheira (ui, já chega!) já tinha um blogue há algum tempo. Bem, um, não: dois! Tinha dois blogues. E eu não conseguia compreender por que ela tinha tanto que escrever. «Mas que raio de interesse tem isso? Um blogue?! Blaaaagh!»
E uma dia (há sempre um dia) veio ter comigo e ensinou-me como se fazia um blogue: 'olha, carregas aqui, onde diz enter, depois fazes assim, tás a ver? não carregues aí, que apagas tudo... não, aí não! grande burro, apagaste tudo!'
E eu aprendi. E fiz. E fui escrevendo umas coisas. E as pessoas foram lendo. E algumas gostavam. E o Narciso em mim cresceu. Tornei-me um Papagaio Daltónico Narciso. E as penas foram ficando cada vez mais coloridas. E alguém jogou uma pedra no lago. O espelho partiu-se e o ego acalmou-se.
E pronto. Os blogues têm destas coisas: não faço ideia sobre o que queria escrever. Fica para amanhã.
5 comentários:
Sabes, não vejo a coisa assim. Acho que um blogue, acima de tudo, é um espaço de partilha extraordinário. Também é uma arma, veja-se o caso da luta dos professores! É muito mais do que um acto narcisista - se fossemos por aqui, todo o autor que publica seria um narcisista.
Escreve sem complexos.
Bjs
Complexos, je? No way.
Claro que concordo contigo, Teresa. Mas repara, tens ou não um pouco de Narciso no teu blogue? Como todos...
Mas, claro, pode ser (e é) uma arma. E poderosa, sem dúvida.
E também é partilha, claro. Se quisesse, escrevia num caderno e ficava só para mim. Mas assim, como é que vós, comuns mortais, podiam contemplar o colorido das minhas penas?
Ah ah...
Bjs
Caros bloguistas
Pois eu acho que blogar é tudo isso e muito mais. Ambos têm razão e devem continuar a escrever, escrever, escrever.
Para já, quero poder continuar a seguir a saga dessa escola alentejana. Deve ser o máximo, trabalhar nesse lugar! Como em tantos outros semelhantes.
Bloguem!
Caro Bloguista narcisista e sei lá mais o quê,
Sabes que de manhã, a primeira coisa que faço ao ligar o pc é ver se já há mais textos, por isso faz-me um favor não deixes morrer este espaço, que, como disseram os amigos lá atrás é um espaço de partilha, para mim tem sido também de surpresa, desconhecia os teus dotes literários. Vá lá, acabei de dar mais uma chega no teu narcisismo, mas às vezes é necessário, para termos o alento para continuarmos, desde que não fiquemos embasbacados com o que o espelho nos devolve, tudo bem! Parece-me que isso não vai acontecer.
Continua Papagaio, que o teu dizer tem graça e às vezes alegram os meus dias mais soturnos.Também vou continuar à espera de novidades dessa escola que pelos vistos é muito sui generis.
RX
Pronto vá lá...eu também não resisto a passar o pano de flanela e a puxar-te o lustro...
Gosto! Que posso dizer mais?
Já faz parte da rotina espreitar e descobrir coisas...Sentir que o tempo e o afastamento fisico não distânciam as cabeças das pessoas.
Que quando partilhas pensamentos e desabafos sinto (por um bocadinho) que podia ser eu a escrever (nunca tão bem)...se calhar é por isso que a curiosidade aqui me faz espreitar diariamente...
Bloga, bloga que, o teu blogar tem graça!!!
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