Na caixa de correio do Papagaio chegou uma história, tão inverosímil quanto incrível, que resolvi passá-la em discurso directo. Ela tem (até agora) dois capítulos. Reza assim:
«Capítulo I
Depois do que te contei das eleições na minha escola... que não houve porque o C. Geral entendeu que os dois cromos que se candidataram não tinham programa nem perfil...
Eis que chegou a resposta da DREA... Façam-se as eleições e vote-se nos candidatos que se apresentaram... um deles pode ser eleito com um voto!!!
Achas normal?
Depois de 20 pessoas se terem pronunciado numa expressiva lição democrática e de, por 18 a 2 terem decidido que não queriam "aquilo" para a sua escola e os seus filhos... vem uma ordem de cima:
Eleja-se o que há a todo o custo e passa adiante...
Indignada é a palavra que define o que sinto... Que raio de mundo é este?...
O que resta? Uma demissão em bloco? Votar e correr o risco de deixar eleger um dos tontos? Votar no menos dos males?.. São todas hipóteses humilhantes...
Não tenho palavras.
Afinal, pergunto eu, que nem sou grande legislador:
Onde está a soberania do Conselho Geral?
E trata-se de escolher o menos mau ou melhor?
É esta a qualidade de gestão que queremos para as nossas escolas?
E o Conselho Geral deixa-se assim espezinhar?
Afinal estão a ser literalmente gozados, desautorizados.
De nada serviu a lição de democracia... Que opção tem esta gente?»
Alguns dias depois recebo novo mail, que conta um capítulo intermédio, muito desagradável, por sinal.
O Presidente do CGT foi, pura e simplesmente, transferido para uma outra escola, sendo marcada uma nova reunião para o dia seguinte. E é então que chega o
Capítulo II
Novamente em discurso directo:
«Ora bem...
Depois do inacreditável parecer jurídico da DREA, dando como orientação que se procedesse à eleição do director (entre os dois candidatos que tinham sido rejeitados por não se considerarem relevantes os projectos nem os perfis...) o C. Geral reuniu.
E...
Como não consideram que tivesse havido alterações ao que anteriormente tinha sido rejeitado... mantiveram a posição anterior!
Escolheram um grupo de pessoas representando os pais, a autarquia, os professores, as instituições e os funcionários e... no caso do Presidente ser chamada a Évora...vão todos!!
Além disso decidiram pôr na comunicação social as pressões de que estão a ser alvo...
Bem! Será a defesa deles, terem muita gente a ver...
Vamos ver até onde isto vai...»
E acabo com uma citação duma pessoa amiga e muito corajosa:
«A malta pode levar pelas orelhas mas não verga!»
3 comentários:
Esperemos qu o próximo capítulo nos continue a falar da coragem deste CG que mostrou bem que a Escola ainda tem opinião e ainda consegue ter o apoio da comunidade.
esperemos também que a Direcção Regional entenda que nãobasta eleger, a qualquer custo, qualquer pessoa, é necessário alguém que dê à Escola segurança, rigor, que se preocupe com os diferentes actores.
Já basta que a fórmula de eleição seja tão restritiva, para ainda termos que "aguentar" aqueles que nem sequer pretendem gerir com transparência e equidade, mas apenas prolongar ou arranjar lugares que osafastem dos alunos. Mesmo sem funções lectivas directas que o director se preocupe com os alunos, não com "gaiolas" para aves raras...como era proposta dum desses candidatos...
Haja coragem! Este conselho Geral está de parabéns...continua a dar lições de democracia, ao contrário de outros que se deixaram enredar em pressões e ameaças...
Bem, fiquei sem palavras. Mas não quero deixar de aplaudir de pé os membros do CG! Bravo!!!
Gente com eles no sítio é o que !
Parabéns a quem resiste assim.
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