...mas isto hoje não é para vocês!
Nunca fui daqueles fundamentalistas anti-tabaco, por isso acho que consigo ter um discurso mais assertivo que qualquer seguidor do nosso Macário Correia, o tal que dizia que 'beijar um(a) fumador(a) é como lamber um cinzeiro!'
Mas adiante.
Conheço 'n' fumadores, uns amigos, outros conhecidos, outros nem tanto. Todos (e quero mesmo dizer todos) já terão tentado deixar de fumar mais que uma vez. Tentaram os autocolantes de nicotina, os furos na orelha, acupunctura, sessões das mais diferentes terapias, conversas com gurus, desporto, política (ah ah ah)...
A maioria dos resultados já sabemos quais foram: as coisas correram bem por uma, duas semanas e vem um dia que... puf! lá se foi a força de vontade e lá volta a 'chucha'.
Há SEMPRE uma explicação, lógica... bem, lógica para eles, uma vez que o fumador consegue construir uma lógica que justifica o retomar do vício: o stress (este está sempre em primeiro lugar), o medo de engordar (este o preferido das senhoras), o estar em sintonia com os amigos, o incluído socialmente...
Enfim, sempre se arranja uma justificação. Não adianta mostrarmos aqueles gráficos da relação entre o fumo do tabaco e o cancro dos pulmões, aquelas fotos muito interessantes (blaaargh!) dos pulmões saturados de nicotina e alcatrão... Não, o fumador nunca 'vê' isso, vê sempre alguém que tem algum interesse obscuro em que ele(a) deixe de fumar e, 'pour cause', adopta uma postura de defesa e repulsa por qualquer argumento que se apresente.
(desculpem lá esta do 'pour cause', é que às vezes gosto de me armar em fino e ponho assim umas coisas em estrangeiro...)
Mas onde ia? Ah, as posições de defesa e repulsa do fumador perante qualquer argumento para deixar de fumar.
Recentemente, numa aula de Formação Cívica, pedi aos meus alunos que investigassem sobre os malefícios do tabaco e os resultados foram verdadeiramente surpreendentes. Os miúdos têm um poder para nos porem de boca à banda com as coisas que descobrem.(Esperemos que sigam aquilo que descobriram).
A Lei 37/2007 de 14 de Agosto obrigou a que, a partir de 1 de Janeiro de 2008 se deixasse de fumar em locais de atendimento ao público, escolas incluídas. E isto, na sala de docentes, notou-se enormemente.
Claro que a poluição tabágica diminuiu enormemente, mas isso não quer dizer que o ambiente se tivesse limpo como por milagre. Claro que continuou alguma 'poluição', se percebem o que eu digo. E este ano foi, por assim dizer, um pouco... maculado, manchado, contaminado (não me lembro de outros sinónimos) por outros factores que não são agora para aqui chamados. (lembrei-me daquele repórter do TeleRural, o Mário Rui que, nos directos, diz sempre qualquer coisa como 'não sei se percebi a tua pergunta, mas se me perguntaste se gosto de experimentar os vestidos da minha mãe, sim, gosto, mas não foi isso que me trouxe aqui')
Bom, o ambiente melhorou, no que ao tabaco diz respeito, é um facto.
A partir do início de 2008, crê-se que de 10 a 12% dos fumadores tenham tentado deixado de fumar, cerca de 200 mil portugueses. E quem ganhou com isso? Nem mais, nem menos que a industria farmaceutica!
E sabem que mais? Houve investigadores que deitaram por terra um mito enraizado nas mentes dos fumadores: de que deixar de fumar, aumentava o consumo de bebidas alcoólicas ou de comida! Errado, pois segundo as tais mentes informadas, o alcóol não é substituto do tabaco, mas sim um complemento! Ora toma!
Mais concluiram que, quem fuma, tem 80% mais probabilidade de ser um bebedor em excesso do que quem não é viciado. E de toda a população abstémia, só 15% são fumadores.
E as crianças, meu Deus? Um terço delas continua a inalar o fumo dos cigarros dos pais, cerca de 33%! Mas vá lá, que os resultados até nem são muito maus, se compararmos com a média mundial, que é 50%!
Outros factos que os miudos descobriram:
- Segundo a nova lei, crê-se que o consumo diminuiu entre 5 e 10%;
- Em 2005, dos 108 mil óbitos, o consumo de tabaco foi responsável por 11,7%, 12615 mortes;
- O Estado 'saca' cerca de mil milhões de euros por ano, em impostos sobre o tabaco;
- Dos fumadores que batem a bota, 76,5% são homens e 23,5%, mulheres (até nisto elas são mais espertas que nós!);
- Um fumador médio fuma cerca de 6570 cigarros por ano;
- Um fumador médio gasta, em tabaco e por ano, cerca de 1000 (sim, mil) euros (18 cigarros por dia ou 6570 cigarros = 330 maços!)
Pronto, há piores, eu sei. Os gregos fumam 23,2 cigarros por dia (não sei como se fuma 0,2 cigarros...) e os cipriotas, 21,3. A média europeia é de 14,9.
Ao menos não somos os maiores só no preço da gasolina!!
(Pronto, após este post, já sei que vou perder alguns leitores... Paciência!)
Nunca fui daqueles fundamentalistas anti-tabaco, por isso acho que consigo ter um discurso mais assertivo que qualquer seguidor do nosso Macário Correia, o tal que dizia que 'beijar um(a) fumador(a) é como lamber um cinzeiro!'
Mas adiante.
Conheço 'n' fumadores, uns amigos, outros conhecidos, outros nem tanto. Todos (e quero mesmo dizer todos) já terão tentado deixar de fumar mais que uma vez. Tentaram os autocolantes de nicotina, os furos na orelha, acupunctura, sessões das mais diferentes terapias, conversas com gurus, desporto, política (ah ah ah)...
A maioria dos resultados já sabemos quais foram: as coisas correram bem por uma, duas semanas e vem um dia que... puf! lá se foi a força de vontade e lá volta a 'chucha'.
Há SEMPRE uma explicação, lógica... bem, lógica para eles, uma vez que o fumador consegue construir uma lógica que justifica o retomar do vício: o stress (este está sempre em primeiro lugar), o medo de engordar (este o preferido das senhoras), o estar em sintonia com os amigos, o incluído socialmente...
Enfim, sempre se arranja uma justificação. Não adianta mostrarmos aqueles gráficos da relação entre o fumo do tabaco e o cancro dos pulmões, aquelas fotos muito interessantes (blaaargh!) dos pulmões saturados de nicotina e alcatrão... Não, o fumador nunca 'vê' isso, vê sempre alguém que tem algum interesse obscuro em que ele(a) deixe de fumar e, 'pour cause', adopta uma postura de defesa e repulsa por qualquer argumento que se apresente.
(desculpem lá esta do 'pour cause', é que às vezes gosto de me armar em fino e ponho assim umas coisas em estrangeiro...)
Mas onde ia? Ah, as posições de defesa e repulsa do fumador perante qualquer argumento para deixar de fumar.
Recentemente, numa aula de Formação Cívica, pedi aos meus alunos que investigassem sobre os malefícios do tabaco e os resultados foram verdadeiramente surpreendentes. Os miúdos têm um poder para nos porem de boca à banda com as coisas que descobrem.(Esperemos que sigam aquilo que descobriram).
A Lei 37/2007 de 14 de Agosto obrigou a que, a partir de 1 de Janeiro de 2008 se deixasse de fumar em locais de atendimento ao público, escolas incluídas. E isto, na sala de docentes, notou-se enormemente.
Claro que a poluição tabágica diminuiu enormemente, mas isso não quer dizer que o ambiente se tivesse limpo como por milagre. Claro que continuou alguma 'poluição', se percebem o que eu digo. E este ano foi, por assim dizer, um pouco... maculado, manchado, contaminado (não me lembro de outros sinónimos) por outros factores que não são agora para aqui chamados. (lembrei-me daquele repórter do TeleRural, o Mário Rui que, nos directos, diz sempre qualquer coisa como 'não sei se percebi a tua pergunta, mas se me perguntaste se gosto de experimentar os vestidos da minha mãe, sim, gosto, mas não foi isso que me trouxe aqui')
Bom, o ambiente melhorou, no que ao tabaco diz respeito, é um facto.
A partir do início de 2008, crê-se que de 10 a 12% dos fumadores tenham tentado deixado de fumar, cerca de 200 mil portugueses. E quem ganhou com isso? Nem mais, nem menos que a industria farmaceutica!
E sabem que mais? Houve investigadores que deitaram por terra um mito enraizado nas mentes dos fumadores: de que deixar de fumar, aumentava o consumo de bebidas alcoólicas ou de comida! Errado, pois segundo as tais mentes informadas, o alcóol não é substituto do tabaco, mas sim um complemento! Ora toma!
Mais concluiram que, quem fuma, tem 80% mais probabilidade de ser um bebedor em excesso do que quem não é viciado. E de toda a população abstémia, só 15% são fumadores.
E as crianças, meu Deus? Um terço delas continua a inalar o fumo dos cigarros dos pais, cerca de 33%! Mas vá lá, que os resultados até nem são muito maus, se compararmos com a média mundial, que é 50%!
Outros factos que os miudos descobriram:
- Segundo a nova lei, crê-se que o consumo diminuiu entre 5 e 10%;
- Em 2005, dos 108 mil óbitos, o consumo de tabaco foi responsável por 11,7%, 12615 mortes;
- O Estado 'saca' cerca de mil milhões de euros por ano, em impostos sobre o tabaco;
- Dos fumadores que batem a bota, 76,5% são homens e 23,5%, mulheres (até nisto elas são mais espertas que nós!);
- Um fumador médio fuma cerca de 6570 cigarros por ano;
- Um fumador médio gasta, em tabaco e por ano, cerca de 1000 (sim, mil) euros (18 cigarros por dia ou 6570 cigarros = 330 maços!)
Pronto, há piores, eu sei. Os gregos fumam 23,2 cigarros por dia (não sei como se fuma 0,2 cigarros...) e os cipriotas, 21,3. A média europeia é de 14,9.
Ao menos não somos os maiores só no preço da gasolina!!
(Pronto, após este post, já sei que vou perder alguns leitores... Paciência!)
5 comentários:
Texto muito interessante, e eu, fumador me confesso... Mas sabes porque é que voltei a fumar após quase 18 meses sem pegar na chucha... Ah poizé bebé!!! Foi porque fui brindado com um vínculo na nossa escola... Agora ex-escola ou futura ex-escola ou qualquer coisa do género. ;)
Mas também te digo, o raio dos adesivos já ali estão à espera bem guardadinhos numa gaveta... Vamos a ver se a proximidade ao lar ajuda. :D
Grande Abraço
Olá papagaio
OLha, desta vez parecias um menino bem comportadinho a fazer um trabalhinho para a escola sobre os malefícios do tabaco. Mas, eu descobri nas entrelinhas outro tipo de poluição.
Qual será a pior?
Papagaio
Como sabes, ninguém é perfeito. Fumo, sem vaidades, sem que isso me satisfaça qualquer desejo de integração social, pois não padeço desse mal. Fumo, simplesmente, porque gosto. E sugiro-te que, no próximo ano, peças aos teus alunos que investiguem sobre o número de mortes causadas por outros motivos, pois eles existem... Talvez descubram que o tabaco não é o mal maior da sociedade. Pessoalmente, até penso que é o álcool, aquele que foi, é e será sempre socialmente aceite. Esse, que modifica comportamentos, provoca agressões, causa acidentes no trabalho e nas vias públicas, provoca divórcios, desentendimentos pessoais, profissionais e familiares..., e por incrível que pareça, também dá lucros ao estado, aos produtores e mata milhares. Mas aqui os interesses são outros... creio que deviam mostrar também fotos de órgãos afectados pelo álcool que, acredito, não terão melhor aspecto que os famosos pulmões de fumador. Não me lembro de ouvir palavras tão radicais a respeito do álcool. E já agora também te digo que beijar uma pessoa que bebe deve ser parecido com lamber uma pipa. Em relação à poluição, e aos malefícios que causa nos outros: quando saíres de casa e entrares na tua viatura, lembra-te de mim, e de todos os outros, pois o ar que poluís também nos pertence. Ou estás a esquecer-te que a tal poluição e os tais gases que matam resultam, principalmente, daí? Ou queres-te convencer que se amanhã todos decidissem deixar de fumar, tudo se resolvia? As estatísticas são interessantes e normalmente respondem às questões colocadas, mas tu sabes disso. Penso que, ao contrário do que dizes, pareces-me fundamentalista. Neste aspecto, claro. E já agora também te digo: não defendo os fumadores, e aconselho todos a nem sequer experimentarem. Podem simplesmente gostar, como eu. Sem desculpas de stresse, ansiedade, emagrecer, ....
Repara que não estou a defender os fumadores. Simplesmente não gosto que os massacrem. Não merecem.
Calma, Anónimo das 9:56...
Se calhar, até te compreendo melhor do que pensas. Só quis lançar a discussão, agitar mentalidades.
Não, não me considero fundamentalista, pois durante anos fui fumador... passivo, mas isso não quer dizer que não compreenda a outra parte. Por isso...
Quanto ao álcool, 101% de acordo contigo. Se calhar, até é 102%...
Mas isso fica para um outro post.
Abraço
De facto...qualquer adição me incomóda mas, não julgo!
No que ao tabaco diz respeito e, depois de mais de 20 anos a fumar, não pego num cigarro há mais de 3 anos e 6 meses!!!
Todos os dias me sinto bem com o facto de ter vencido uma dependência mas, isso é só uma coisa minha...
A minha motivação para o conseguir?
Foi apenas querer! Querer muito! Nenhuma farmácia ganhou dinheiro comigo. Decidi uma data (passagem do ano), fumei que me fartei e parei no outro dia! Andei com o maço de tabaco e o isqueiro na mala durante 6 meses. Um dia dei o maço...noutro o isqueiro...até hoje nunca mais peguei num cigarro.
Criei aversão ao cheiro...Ao fim dum ano comprei uma estravagância para mim (com o dinheiro dos maços de tabaco que não fumei)...um relógio que é uma espécie de troféu!!! Coisas sem importância nenhuma para os outros...coisas minhas!
Não tenho nada para ensinar...e sei que alguns vão achar esta história parva...outros talvez percebam que a vontade vence todos os vícios e se quiserem muito...não há impossíveis! Boa sorte!...
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