…serão na próxima quinta-feira, dia 9 de Junho. É um facto.
Estará, então, concluída a atribuição de todos os cargos da nova estrutura de administração escolar, dando cumprimento à legislação em vigor: Director e, agora, Conselho Geral.
O futuro Conselho Geral irá, assim, substituir o Conselho Geral Transitório, que teve, entre outras funções, a incumbência de eleger o Director («A Grande Odisseia»), aprovar o Regulamento Interno (uf! já está!) e preparar as eleições que irão agora acontecer, para o Conselho Geral.
Não vou falar mais da «odisseia» que foi a eleição do Director, dessa já não adianta tentar explicar mais nada, visto que quem queria saber, já sabe, quem não quer saber, prefere ficar na ignorância!
Vou, isso sim, falar da eleição do Conselho Geral.
E quero colocar-vos um cenário imaginário. Atentem:
Há um país, muito muito distante, onde há um grupo muito importante para o funcionamento de toda a vida desse país, chamado Conselho Geral Transitório (vou-lhe chamar só CGT).
Um dia, esse CGT, porque está velhinho e cansado, tem que ser substituído por um outro grupo, quase igual, mas com um nome mais pequenino: Conselho Geral (ou CG).
E de acordo com a lei, essa substituição vai ser feita através de eleições. Que bom, viva a Democracia!
Para a preparação de todo o acto eleitoral, é criada uma equipe, a que se dá o nome todo pomposo e bonito de Comissão Concursal, composta por 4 elementos do CGT.
Os seus objectivos são formar uma Comissão Eleitoral, de 3 elementos (que acompanhará a eleição) e aprovar e publicitar as listas concorrentes.
Agora pergunto eu:
Se esses 4 elementos (os tais que constituem a Comissão Concursal) quiserem formar, digamos, uma lista para concorrerem às eleições do CG, o que é que os meus leitores acham que esses elementos devem fazer?
a) Demitem-se, solicitando uma reunião do CGT para serem substituídos por outros elementos que irão formar a Comissão Concursal, para mostrar toda a transparência das eleições?
b) Ou fingem que não é nada com eles, assobiam para o ar e aprovam, eles mesmos, a sua própria lista (assinando a lista enquanto concorrentes e membros da comissão concursal) e outras que possam aparecer, sem dizer água vai nem ouvir qualquer sugestão para evitar toda aquela ilegalidade?
Pois bem, lembram-se que vos tinha dito que era um cenário imaginário? Pois olhem que não é.
Isso aconteceu mesmo, no Agrupamento de Ponte de Sor e é nesse ambiente que as próximas eleições irão decorrer.
Se um dos cronistas da nossa imprensa se der ao trabalho de vir a Ponte de Sor na próxima quinta, irá dizer, certamente, que «as eleições decorreram num ambiente de civismo e maturidade democrática»! Pois, não somos animais nem isto é a Coreia do Norte, é verdade que somos civilizados e urbanos. Não vamos andar aí à traulitada, mas que a coisa cheira a ilegal, lá isso é verdade.
Valentim Loureiro dava frigoríficos e electrodomésticos, Fátima Felgueiras «alegadamente» tinha um saco azul, Vale e Azevedo deu de frosques, porque era um génio e um gestor com visão de futuro…
Confusos? Não estejam: Não percam os próximos episódios! A eleição é já na quinta!
Por vezes, apetece-me fazer o que fez o ex-Ministro Pinho…
22 comentários:
Olá, Papagaio!
Fiquei um pouquinho (muito!) perplexo, com este texto!
Por um lado já não devia ficar admirado, pois neste país à beira mar plantado, tudo é possível.
Mas, fiquei!Olha lá, eu gosto das coisa todas legais, que é como quem diz, tudo direitinho,(lirismos?), eu sei, nos tempos que correm.
Mas será que vocês denunciaram a situação? Tu fazes parte de uma lista? Comunicaram ao director o que estava a acontecer?
Eu acho que, em primeiro lugar, esses atropelos à lei, devem ser corrigidos na escola, que foi onde eles ocorreram.
Depois, se tal não acontecer, que tal denunciarem a situação à DREA, quiçá à IGE?
Eu sei que é chato, há pessoas da mesma escola envolvidas, algumas se calhar até mantêm relações de amizade de vários anos. Mas, mesmo assim! Vão deixar isso assim?
Às vezes, é assim que tudo começa, de atropelo em atropelo até à derrocada final. E nós somos cúmplices.Gostava que me respondesses ás questões que coloco.
Teu amigo Zé
Oh, Papagaio,
Não faças isso, esse gesto é feio e não fica bem a um Papagaio tão culto e perspicaz. Devemos ser capazes de manter a compostura perante as adversidades, lutar com as armas do respeito e da dignidade, porque só assim nos afirmamos pela diferença dos procedimentos, pela moral e pela ética.
A bem da tua escola (nossa?!).
LC
Olá, Papagaio!
Tenho estado sem internet, mas pelos vistos tu não páras.
Estás um bloguista (o termo existe?) imparável.
Olha, queria desejar-te uma boa votação para o CG. Também queria perguntar-te uma coisa que eu achei estranha. Parece que na tua escola existem duas litas, uma conotada com o Director (que o elegeu)e outra dita da oposição ao director?
É verdade, Papagaio?
No mínimo, acho estranho que haja uma lista afecta ao director (constou-me que foi ele que convidou alguns professores e funcionários). Mas, porquê a necessidade de estar por detrás de uma lista? Será que ele não pensa fazer as coisas de modo correcto?
Será que ele não quer ouvir vozes dissonantes?
Humm, isso não me parece bem!
No meu modo de ver, ele devia pura e simplesmente estar à margem dessas listas, só tinha a ganhar, porque assim ouvia outras opiniões que com certeza só iriam contribuir para a melhoria da escola, porque na diversidade é que está a riqueza. Não será assim, Papagaio? Porque já passámos o tempo do unanimismo, isso só enfraquece as instituições.
E, depois que maçada, estar numa reunião e só ouvir a sua própria voz, parece-me aborrecido!
O que achas, Papagaio? Gostava de saber a tua opinião sobre tão importante assunto, quem sabe se não é um motivo para um próximo post?
João Norte
Para LC, Anónimo das 12:43
Quando diz «gesto feio», está a referir-se:
- ao facto de eu expor toda a situação?
- ou o gesto do ex-ministro?
É que se for de ter exposto o que expus, sabe, estou farto destas pequenas manobras de «contornar» o que está certo, o que é legal, toda essa engenharia que um cargo de importância permite. Estou farto, mesmo farto!!
Acho que escrevi aquilo que muitos se calhar só pensam (e mesmo assim, bem baixinho!) e que, provavelmente, até se revêem no que escrevi e me dão pancadinhas nas costas («boa, gostei, era isso mesmo»)
Se o gesto feio foram os «corninhos», pode ser que não me saia mal. Se for demitido, pode ser que o Joe Berardo me ofereça também um tacho!
Fiquem bem!
Olá, Papagaio!
É absolutamente óbvio, que eu me referia ao gesto do ministro, que não dignifica ninguém!
Quanto a seres demitido, cruzes, canhoto! E o Joe Berardo não deve ter assim tantos tachos!
Mas, se souberes de alguma coisa, apita, porque se calhar eu também vou precisar de um tacho ou panela!
LC
As irregularidades relacionadas com a eleição para o CG foram denunciadas,apesar de não ter sido de forma a que todos os interessados tivessem conhecimento.Contudo afirmo que não deverá ter sido por isso que a situação não foi resolvida, uma vez que o regulamento interno é um documento que toda a gente pode consultar e a direcção regional é uma intituição que fornece informações a quem as procura.
Quero ainda acrescentar que na escola as atitudes devem ser o mais claras e correctas possível, uma vez que é nesse sentido que a escola deve trilhar os seus caminhos, senão, será concerteza outra "coisa".
Penso que a existência de duas listas não pode de forma alguma considerar-se apoio ou oposição ao Director. Que eu saiba,quando se forma uma lista de catorze pessoas não se anda a perguntar se é pró ou contra director. Embora se conheça a posição de alguns elementos, outros haverá que sabem gerir as emoções e ser imparciais nas posições que venham a ser tomadas. Partir deste princípio parece-me até ofensivo para os professores.
Para Anónimo das 23:47
Estou 100% de acordo! Temos que pensar que os professores são seres pensantes, sem ser seguidistas, embora saibamos que nem todos são assim.
Apelemos à sua inteligência, imparcialidade na hora da escolha e que não se deixem guiar pelo canto da sereia... qualquer que ela seja!
Que sigam a sua própria consciência.
Pessoalmente, penso que as pessoas em causa:
1. Após a sua eleição (será que foi mesmo???)para formarem a tal comissão, deviam ter solicitado uma reunião do CGT, informando que pretendiam integrar uma lista.
2. O CGT elegia, entre os restantes membros, os elementos que iriam substituir essa comissão.
3. A nova comissão desempenhava, na íntegra, todas as funções de acompanhamento do processo: recebia as listas, validava-as (se fosse o caso), afixando-as , etc e tal.
O que falhou? Porquê tanta confusão? E os outros elementos do CGT que também integraram listas???
A resposta é simples: é que esses outros elementos, não tinham como função validar as suas próprias listas.
Nestes processos não é normal que TODAS as actas sejam afixadas? Onde estão? Leiam as actas. Vejam as datas e "rebobinem" o filme na vossa cabeça. O que foi feito, quando, e como. É fácil. Depois concluam.
Anónimo das 23:54
Exactamente a minha opinião.
Como digo no post, bastava seguir o que diz o Regulamento Interno: reunião do CGT, escolha de outros membros do CGT para formarem a Comissão Concursal e receber as listas, nomeação da Comissão Eleitoral e esperar as eleições com transparência total.
Mas parece que há muita gente com outras opiniões. Gostaria que dissessem alguma coisa. O espaço é vosso.
Cris, às 00:00
Caro amigo
Está aí a palavra primordial: normal.
Numa escola normal, seria isso que aconteceria; numa escola normal, isto nunca se passaria.
Por isso eu interrogo:
Será a nossa escola normal? o nosso CGT, a quem não dão cavaco, normal?
E quanto às actas, por onde andarão? Ainda estou para ver a da eleição do Director! Com as votações certinhas e tudo!
Mas como disse Martin Luther King, «I have a dream»!
Penso que, como sempre se diz, haverá pessoas com maior perfil e outras sem qualquer perfil para o desempenho de certos cargos.
A questão é saber se as pessoas (votantes) têm capacidade de discernimento.
Creio que haverá, pois não me parece que, na altura, depositem a sua confiança em quem já deu provas de não ser talhado para certas responsabilidades. E isso é visível na forma como este processo parece ter sido conduzido.
Mas olhem lá: nessa escola não existem telefones? Se as coisas aconteceram dessa forma, ninguém contactou a DRE? Deixaram que tudo corresse ao sabor do vento?? MEXAM-SE. É o quê: questão de amizades ou estão com medo??? E onde está o Director? Não acredito que ele deixasse passar isso. Depois não se queixem.
As actas terão que aparecer, pois isso é de lei. É em acta que a Comissão eleitoral regista todas as suas deliberações. O RI deve conter referência a isso. É ler o mesmo e cumprir. Ou será que foi uma "jogada"? Não havendo publicitação das deliberações da Comissão eleitoral, não há fundamento para recurso...
Realmente, tudo o que vocês contam, não me parece real, de tão absurdo que é!
Uma escola onde a pessoa que encabeça uma lista que vai a eleição valida a sua própria lista e a lista concorrente? Mas, que grande confusão? Mas, então nessa escola desconhecem o Código do Procedimento Administrativo mais precisamente o Artigo 44, na sua alínea a)?
Eu vou citar, para que não haja dúvida:
"Nenhum titular de órgão ou agente da Administração Pública pode intervir em procedimento administrativo ou
em acto ou contrato de direito público ou privado da Administração Pública nos seguintes casos:
a) Quando nele tenha interesse, por si, como representante ou como gestor de negócios de outra pessoa."
Ficou claro?
A bem da lei e da grei!
Pássaro à solta
Olá Papagaio.
Também vejo que as coisas estão, no mínimo, estranhas. Não sou pessoa de me meter em certos assuntos, mas tenho sentido que paira um certo nevoeiro no ar. Não me tinha apercebido de nada relativamente ao CG. Agora já começo a entender.
Outra coisa: então marcaram reuniões e nada de Directores de Turma? Para os outros coordenadores são auscultados os departamentos e nesse caso, esqueceram-se, não é importante ou não interessa que os DT sejam ouvidos?
Esperemos que isso não signifique o que estou a pensar...
Olá,amigo!
Também à semelhança do anónimo anterior, fiquei admirada com esse facto.
Então RI que tem registado que é necessário que se auscutem os Departamentos não é o mesmo para a Coordenação dos DTs?
Já hoje na escola levantei essa questão para os colegas presentes!
Será que estamos a ver mal?
Desejo que sim, que seja apenas um mal entendido e que essa reunião para sugestão de CDT venha acontecer.
Anónimo das 20:39:
Segundo o novo Regulamento Interno, e no que diz respeito ao Coordenador dos Directores de Turma, o seu papel é enquadrado no Artigo 53º e reza o seguinte:
«3. Os Coordenadores dos DT (de 2º e 3º Ciclo), são designados pelo Director, sempre que possível entre os professores Titulares, do respectivo ciclo, que sejam DT.
3.1 A representação em Conselho Pedagógico será assegurada apenas por um dos Coordenadores, podendo assumir carácter anual e rotativo, caso sejam ambos Titulares ou caso nenhum o seja.»
E é só.
Portanto, já perceberam: DESIGNADO PELO DIRECTOR, sem auscultação dos respectivos Directores de Turma.
Entendem?
Bendito CGT que tão bom Regulamento Interno aprovou!
Caro Papagaio: solicito que verifique o novo RI. Na proposta aprovada em CGT, os Conselhos de DT também são auscultados.
Anónimos das 20:39 e 21:34
Em primeiro lugar, escapou-me algo da primeira vez que escrevi o comentário do comentário...
Pois é, esqueci-me do artº30, que diz:
«3.1 Para a nomeação dos Coordenadores de Departamentos Curriculares, Coordenadores de Ciclo e Conselhos de Docentes, deverá o Director auscultar os respectivos Departamentos/Conselhos.»
E assim sendo, parece que os Directores de Turma e respectivo Conselho terão uma palavra a dizer.
As minhas desculpas.
Bem! Até eu que gosto de acreditar nas capacidades e intenções de toda a gente, já começo a desconfiar de tanta falta de engenho e arte no desenrolar dos diferentes processos.
Se não são más intenções só pode ser falta de capacidade.
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