segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os Portugueses São Badalhocos?!

Desculpem lá o título, mas assim sei que chamei a vossa atenção.

A propósito do tema da actualidade - a Gripe A, ou H1N1 - resolvi fazer umas pesquisas sobre o assunto, uma vez que o crescimento das pessoas infectadas no nosso País tem subido de uma forma exponencial, tal qual como previram as autoridades internacionais de Saúde.

E pensei num dos actos mais normais de cumprimento na nossa sociedade, o «passou-bem».

Uma mão aperta outra, pode ser tipo «barbatana mole», tipo «apertão estrangulador»... Mas termina sempre da mesma maneira, é uma maneira de reconhecimento e cumprimento socialmente aceite.

A História diz-nos que a sua origem remonta aos tempos medievos, em que os homens se cruzavam e, manifestando que não se iriam antagonizar nem puxar da espada, demonstravam-no, esticando a mão com que habitualmente usavam a arma, a direita. (A gaita era quando eram canhotos, mas isso é outra história, para depois.)

Ao darem as mãos direitas, diziam claramente «olha podes estar descansado que eu não vou puxar a minha espada para ti», manifestando o caracter pacífico da coisa.

Hoje é um acto normal, corriqueiro. Cumprimenta-se um homem da mesma maneira que se cumprimenta uma senhora, excepto que com estas o aperto de mão é mais suave, recordando aquilo que os nossos antepassados faziam, o «beija-mão».

Pois bem, estamos em 2009, temos aí uma epidemia de Gripe A. E eu coloco a questão:

Será que todos vós se lembram se a pessoa que vos está a cumprimentar não terá saído duma casa de banho?

E com esta, vem outra questão:

Será que essa pessoa lavou as mãos antes de sair da casa de banho?

Claro que alguns sorriem, pensam «eu lavo sempre, não sou nenhum(a) badalhoco(a)!»

Mas a história não é bem assim!

Segundo uma pesquisa feita em Portugal em 2005/06, no âmbito do Inquérito Nacional de Saúde,

cerca de 25% dos Portugueses lava as mãos só uma vez por dia!

Outro inquérito desenvolvido pelo Hygiene Council revelou que

45% dos Portugueses não lavavam as mãos sempre que espirravam ou tossiam!

E ainda:

Um em cada dez (10 por cento) confessou que também não o fazia depois de ir à casa de banho!

É fácil fazer as contas, pelo menos no que aos cavalheiros diz respeito (falo por mim, claro). Quando, após ter feito... enfim, aquilo que me faz ir a uma casa de banho pública, lavo as mãos. Por vezes faço uma contagem mental de quantas pessoas saem sem fazer a sua higiene essencial. Por vezes conto 1... 2... 3... Experimentem fazer o mesmo. (não é necessário irem de papel e lápis e sentarem-se no WC a fazer a contagem...)

Outro estudo, este nacional, foi feito por alunos da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, e centrou-se nas casas de banho de centros comerciais da Grande Lisboa. Os resultados foram assustadores:

22 por cento dos 150 inquiridos não lavaram as mãos depois de utilizar o quarto de banho!


"De acordo com a OMS, a proporção de pessoas que lavam as mãos com sabão ou sabonete em 'momentos críticos' (entendidos como após a utilização do quarto de banho, após a limpeza do rabinho dos bebés e antes da manipulação de alimentos) varia entre zero e 34 por cento", diz o mesmo estudo.


E essas pessoas, quando saem dos WCs, encontram o «olhó Agostinho, dá cá uma bacalhauzada...»

Pensem: e se por acaso houver por ali algum viruzito? Passa-se que é uma beleza!

E vou deixar para depois outra derivação muito interessante e preocupante da Gripe A: a sua (previsível) propagação no espaço escolar! Aí é que vai doer a sério!

Mas com esta não me tenho que preocupar! Já me safei da Gripe aviária... Sou um Papagaio sortudo!

(Atchim! Que altura parva para ter ido ao México...)


3 comentários:

Anónimo disse...

Pois é, mas a gripe A também pode ser transmissível a aves, caso não estejas informado. Aconselho-te a que ponhas as penas de molho.

Anónimo disse...

Pois é, mas a gripe A também pode ser transmissível a aves, caso não estejas informado. Aconselho-te a que ponhas as penas de molho.

Anónimo disse...

Se os portugueses são badalhocos, que dizer dos espanhóis e dos ingleses. Experimentem passar por algumas cozinhas inglesas que logo vêem o que é a falta de higiene, isto em casas denominadas normais.