A propósito do tema da actualidade - a Gripe A, ou H1N1 - resolvi fazer umas pesquisas sobre o assunto, uma vez que o crescimento das pessoas infectadas no nosso País tem subido de uma forma exponencial, tal qual como previram as autoridades internacionais de Saúde.
E pensei num dos actos mais normais de cumprimento na nossa sociedade, o «passou-bem».
Uma mão aperta outra, pode ser tipo «barbatana mole», tipo «apertão estrangulador»... Mas termina sempre da mesma maneira, é uma maneira de reconhecimento e cumprimento socialmente aceite.
A História diz-nos que a sua origem remonta aos tempos medievos, em que os homens se cruzavam e, manifestando que não se iriam antagonizar nem puxar da espada, demonstravam-no, esticando a mão com que habitualmente usavam a arma, a direita. (A gaita era quando eram canhotos, mas isso é outra história, para depois.)
Ao darem as mãos direitas, diziam claramente «olha podes estar descansado que eu não vou puxar a minha espada para ti», manifestando o caracter pacífico da coisa.
Hoje é um acto normal, corriqueiro. Cumprimenta-se um homem da mesma maneira que se cumprimenta uma senhora, excepto que com estas o aperto de mão é mais suave, recordando aquilo que os nossos antepassados faziam, o «beija-mão».
Pois bem, estamos em 2009, temos aí uma epidemia de Gripe A. E eu coloco a questão:
Será que todos vós se lembram se a pessoa que vos está a cumprimentar não terá saído duma casa de banho?
Será que essa pessoa lavou as mãos antes de sair da casa de banho?
Claro que alguns sorriem, pensam «eu lavo sempre, não sou nenhum(a) badalhoco(a)!»
Mas a história não é bem assim!
Segundo uma pesquisa feita em Portugal em 2005/06, no âmbito do Inquérito Nacional de Saúde,
cerca de 25% dos Portugueses lava as mãos só uma vez por dia!
Outro inquérito desenvolvido pelo Hygiene Council revelou que
45% dos Portugueses não lavavam as mãos sempre que espirravam ou tossiam!
E ainda:
Um em cada dez (10 por cento) confessou que também não o fazia depois de ir à casa de banho!
É fácil fazer as contas, pelo menos no que aos cavalheiros diz respeito (falo por mim, claro). Quando, após ter feito... enfim, aquilo que me faz ir a uma casa de banho pública, lavo as mãos. Por vezes faço uma contagem mental de quantas pessoas saem sem fazer a sua higiene essencial. Por vezes conto 1... 2... 3... Experimentem fazer o mesmo. (não é necessário irem de papel e lápis e sentarem-se no WC a fazer a contagem...)
Outro estudo, este nacional, foi feito por alunos da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, e centrou-se nas casas de banho de centros comerciais da Grande Lisboa. Os resultados foram assustadores:
22 por cento dos 150 inquiridos não lavaram as mãos depois de utilizar o quarto de banho!
"De acordo com a OMS, a proporção de pessoas que lavam as mãos com sabão ou sabonete em 'momentos críticos' (entendidos como após a utilização do quarto de banho, após a limpeza do rabinho dos bebés e antes da manipulação de alimentos) varia entre zero e 34 por cento", diz o mesmo estudo.
Pensem: e se por acaso houver por ali algum viruzito? Passa-se que é uma beleza!
E vou deixar para depois outra derivação muito interessante e preocupante da Gripe A: a sua (previsível) propagação no espaço escolar! Aí é que vai doer a sério!
Mas com esta não me tenho que preocupar! Já me safei da Gripe aviária... Sou um Papagaio sortudo!
(Atchim! Que altura parva para ter ido ao México...)
3 comentários:
Pois é, mas a gripe A também pode ser transmissível a aves, caso não estejas informado. Aconselho-te a que ponhas as penas de molho.
Pois é, mas a gripe A também pode ser transmissível a aves, caso não estejas informado. Aconselho-te a que ponhas as penas de molho.
Se os portugueses são badalhocos, que dizer dos espanhóis e dos ingleses. Experimentem passar por algumas cozinhas inglesas que logo vêem o que é a falta de higiene, isto em casas denominadas normais.
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