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Não vou falar nos milhões desbaratados pelo poder central, vou-me antes fixar em algo que nos diz respeito aqui mais perto: o poder local.
Ponte de Sor é, quer queiramos, quer não, um concelho rico. Não falo da riqueza que constitui a sua população, as suas gentes, mas sim da riqueza do dinheiro, do pilim, da narta, do carcanhol, enfim, falo dos euros.
A sobejamente conhecida Fundação António Prates foi, para mim, desde o seu início, um nado morto. E isso porquê? Pelo simples facto de que Ponte de Sor não tem estrutura intelectual para comportar um museu de arte contemporânea.
Não me levem a mal, não estou a dizer que a população de Ponte de Sor é ignorante, pouco conhecedora de arte. Não! Refiro-me à arte contemporânea «elle même», que não é uma arte fácil de compreender, de assimilar. Ainda se fosse um museu de, digamos, arte popular, ou arte mais figurativa, então acho eu que poderia ter sucesso. E exemplo disso são as exposições de pintura, de escultura, que têm lugar habitualmente na Biblioteca da Câmara Municipal. Basta visitar um desses eventos e logo verificamos a quantidade de pessoas que as visitam, sempre com renovado prazer.
Quantos milhões foram esbanjados na Fundação? Será que algum dia os poderemos contabilizar? E quais foram as mais valias para o concelho? A recuperação do edifício? Que agora ninguém sabe o que fazer com ele?
Milhões, muitos milhões. E a procissão ainda não parou.
Um dia destes dava o meu passeio de fim de tarde com o meu Zico quando resolvi ir fazer uma visita a uma estrutura que há longos anos apodrece a olhos vistos: o campo de mini-golfe.
Será que a piscina resolve todos os assuntos?
Será que os munícipes não tem o direito de se indignarem por quem nada quer saber dos nossos filhos?
E depois admiram-se das problemáticas da droga e do alcoolismo...
1 comentário:
Papagaio,
Penso que tens razão, andas com um sentido crítico muto acutilante!
Mas, já não novidade nenhuma que só nos lembramos de Santa Bárbara quando faz trovões, que é o mesmo que dizer que só nos lembramos do que está mal, quando as eleições estão à porta... Entretanto, fazemos uns passeios para ver como vão as coisas lá por fora (não nos podemos ficar só pela nossa interioridade) e trazemos uns grupos para animar a malta nas noites de Verão, o que já não é mau!
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