Ora cá vamos a mais uma lição de História.
Na Antiga Roma, as leis eram todas orais e os Romanos sentiram a necessidades de começarem a escrever toda a legislação. Assim, não mais haveria interpretações dos juízes, que refaziam as leis em função da forma como essa tradição oral lhes tinha chegado.
Então, já com a introdução das leis escritas, poder-se-ia dizer claramente
Na Antiga Roma, as leis eram todas orais e os Romanos sentiram a necessidades de começarem a escrever toda a legislação. Assim, não mais haveria interpretações dos juízes, que refaziam as leis em função da forma como essa tradição oral lhes tinha chegado.
Então, já com a introdução das leis escritas, poder-se-ia dizer claramente
ou seja, a lei é dura, mas é a lei. Tinham que ser respeitadas, por mais duras que fossem.
Isto tudo vem à baila pelo simples facto de aqui o vosso amigo Papagaio, desde que anda nestas andanças «bloguistas», estar mais... digamos, desperto para muitas coisas que o rodeiam.
Como já contei, há uns posts atrás, fiquei mais alerta para toda esta problemática de eleições, democracia, ética, escola democrática, etc, e, por consequência, passei a consultar tudo aquilo que à legislação diz respeito: Decretos-Leis, Despachos Normativos, Leis, Acórdãos, Decretos Regulamentares, Código de Processo Administrativo...
Cheguei à conclusão: «Que bem se devem divertir os estudantes de Direito!!!»
Sempre fui um cidadão cumpridor, em termos de legalidade nunca fui acusado de nada que me envergonhasse ou os meus filhos.
Ok, posso ter ultrapassado uma vez ou outra o limite de velocidade, ter pisado um traço contínuo, não ter parado completamente no Stop...
Por esse facto, por cumprir aquilo que a Lei determina, sinto-me na obrigação de «obrigar» os outros a cumprirem-na e, quando isso não acontece, salta-me a tampa!
Porque «dura lex, sed lex»!
Continuemos a falar, então, de leis. E voltando aos Romanos (não se percam), falemos de Caio Júlio César, o Júlio César que todos nós conhecemos da História, aquele que foi morto por um bruto chamado Brutus («Et tu, Brutus?», lembram-se?) e conquistou a Gália. Toda? Não! Como a História nos contou, faltou a aldeia do Asterix...
Ora o bom do Júlio era casado com Pompeia, em segundas núpcias, depois do falecimento da sua primeira mulher, Cornélia. E parece que lá por Roma houve umas tramóias quaisquer (mesmo com as leis todas escritas...) que o bom do Júlio teve de se divorciar de Pompeia que, segundo as crónicas da época, até nem tinha assim tanta culpa em toda a confusão criada.
Foi então que Júlio César proferiu a célebre frase, que trouxe fama à sua conjugue:
Ora o bom do Júlio era casado com Pompeia, em segundas núpcias, depois do falecimento da sua primeira mulher, Cornélia. E parece que lá por Roma houve umas tramóias quaisquer (mesmo com as leis todas escritas...) que o bom do Júlio teve de se divorciar de Pompeia que, segundo as crónicas da época, até nem tinha assim tanta culpa em toda a confusão criada.
Foi então que Júlio César proferiu a célebre frase, que trouxe fama à sua conjugue:
«À mulher de César não basta ser honesta,
deve parecer honesta».
deve parecer honesta».
E é assim que eu me sinto, há que cumprir a lei, por muito que doa àquelas consciências mais interessadas em distorcer os preceitos legais, mesmo escudados em posições de responsabilidade.
Espero que se tenham divertido e voltaremos à mulher de César em breve, pois, segundo consta, fazia uns carapaus de escabeche que eram famosos em todo o Império Romano. E nas horas livres ajudava no hospital do Forum, onde inventou o parto «à Cesariana»!
9 comentários:
Bom dia, Papagaio!
Tens toda a razão, mas pelos vistos, nos tempos que correm a máxima que tu escreves: «dura lex sed lex» já não tem qualquer valor, tornou-se anacrónica.
Vivemos um tempo de desnorte, do vale tudo, os atropelos à lei são uma constante. Quem ainda tem alguma moral e ética sente-se perdido no meio deste labirinto, às vezes impotente, conpactuando com situações que lhe dão volta ao estômago. Não é por acaso que até um ministro da República faz aquele gesto na casa que deveria ser da democracia, do respeito, de exemplo para todos os cidadãos e nós ficamos atónitos perante este espectáculo. Desta vez, diga-se em abono da verdade que o nosso 1º esteve à altura das circunstâncias. Mas, não nos afastemos do âmago da questão, que é o facto de ninguém estar acima da lei, nem sequer agora os senhores directores, que deviam pugnar para que essa mesma lei fosse escrupulasamente cumprida, pois se o não fizerem, o reino que eles tentam governar vira uma selva. Espera aí, se calhar já há para aí muitas selvas, pois este mal é contagioso e muito difícil de curar.
Sabes Papagaio, não podemos desistir,embora muitas vezes a nossa vontade esmoreça, tantas são as barreiras a ultrapassar.Perante as adversidades devemos ter a coragem de persistir, insistir, agir com dignidade, pois eu acho que o bem tem que estar forçosamente acima do mal.Conceito utópico? Talvez. Mas, não podemos deixar morrer o sonho!Pois a vida sem sonhos não tem mesmo piadinha nenhuma!
E mais não digo, que este comentário já vai longo.
LC
"(...)Não jogo, não dou festas com o fito de divulgar as minhas teorias. Se o que penso é correcto divulgar-se-á por si próprio.
Observo estritamente o cumprimento das leis quando fazem sentido, e luto contra elas quando obsoletas ou absurdas.(...)
Oiçam-no! Agora insulta-me, ofende!
Ridiculariza a minha missão!(...)
Muita alegria me darias se me contradissesses, se me desses provas de que és capaz de olhar para ti próprio e reconhecer-te.
É necessário que dês provas, o mesmo tipo de provas que se exigem dum construtor civil: a casa tem de ser visível e habitável.Não tem direito de berrar que alguém lhe lese a honra quando afirma que ele discursa sobre a missão de construtor civil sem realmente construir o que quer que seja." in Escuta Zé Ninguém
(Se tiver parecenças com a realidade é mera coincidência)
Um texto engraçada "Maus chefes provocam ataques de coração" em:
http://2.bp.blogspot.com/_vZ68KVtlEpc/Sk3X7QepVKI/AAAAAAAAFiM/hXJCanqUhA8/s1600-h/maus+chefes.jpg
E esta heimmmm!!!
Fénix a que renasce das cinzas
Olá
Não percebi o post anterior.
Olá, Cris.
Post ou comentário?
Peço desculpa, mas queria dizer comentário e não post.
Ok, Cris, só posso pedir ao Anónimo de dia 4, às 00:33 (cá estou eu outra vez!) se assim o entender, para tentar explicar.
Se quiseres dar uma vista de olhos, Cris, o texto completo a que o/a Anónimo se refere está aqui:
http://papagaiodaltonico.blogspot.com/2009/07/maus-chefes-provocam-ataques-de-coracao.html
Um abraço e obrigado por apareceres
Então aqui vai a resposta de Fénix (o anónimo das 0:33)
O que fiz foi uma breve citação de um livro “Escuta Zé Ninguém!" que li há muitos anos, e que gosto muito. Achei interessante este post do papagaio e lembrei-me do livro. Porque escolhi a citação deste livro? Passo a explicar.
Escuta Zé Ninguém, é um monólogo de leitura fácil e absorvente em que somos tentados a identificar algumas das personagens abordadas, com algumas das pessoas com quem convivemos no nosso dia a dia.
Faz-nos meditar sobre o cada um de nós tem feito, quer com a sua própria vida quer com a vida daqueles que nos rodeiam, digamos que é o como que o sacudir da consciência, quando a há. Sócrates (o filosofo) referiu "Nosce te ipsum." "Conhece-te a ti próprio, “Escuta Zé-ninguém!”, é o grito com que Wilhelm Reich desafia cada um de nós, em particular.
O homem evoluiu.
Mas que evolução foi essa?! Da sociedade agrícola até à sofisticada era digital. Houve guerra, discriminação racial e religiosa, desfizeram-se tabus, aplaudimos prémios Nobel e Óscares…
Mas será este o mundo que queremos?!
Somos nós todos que o aprovamos. Nem tudo está errado, mas há muito para corrigir!...
“Amor, trabalho e sabedoria são as fontes da nossa vida. Deviam também governá-la” (in Escuta Zé Ninguém)
Quando ao texto da Isabel Stilwell, as palavras falam por si….
Está é a simples explicação de Fénix que não é papagaio, mas um pássaro mitológico que renasce das suas próprias cinzas.
"Escuta, Zé-ninguém: já há muito que andava para te dizer umas coisas. Mas tu só dás ouvidos aos grandes, gostas de te sentir submisso. Afinal, o que farias se te visses livre? És um pobre coitado, medroso, cobarde, ignorante e naturalmente deprimido. Desprezas-te a ti e aos outros, meu enfermo maldito.
E se te interrogo, respondes-me: «mas que posso eu fazer?». És assim e não queres ser diferente. Aliás, a mudança arrepia-te e perturba-te a segurança medíocre que cuidadosamente alimentas dia após dia. Meu desgraçado, quem és tu para teres direito a opinião própria? Em casa dás pancada na mulher e nos filhos, na taberna embebedas-te como um porco e ainda te restam forças para conspirares contra mim! Que hei-de fazer, meu grande malandro? Não tens onde cair morto nem vivo. Cultivas a tacanhez, a cobiça e a inveja como um jardineiro planta as ervas daninhas no seu próprio jardim. És assim porque queres, meu grande cão. Enquanto queimas criaturas em fornalhas contínuas a responder-me: «mas que posso eu fazer?». Não percebes, meu aldrabãozeco, que todos os grandes pecados da humanidade começam nos pequenos actos tolos que cometes no teu dia-a-dia!? Sim, Zé Ninguém, tu mesmo, estou a falar contigo. Chamas-me utópico e intelectualzinho de merda enquanto tu vives na miséria, matas a própria esperança e a dos teus filhos e ainda berras «Vivas». Ao sábio chamas larápio e gritas: «Agarra que é judeu, agarra que é preto, agarra que é marroquino». Gritas porque tens medo, meu energúmeno narcísico. Pensas sempre na satisfação dos teus pequeninos prazeres e nunca no bem geral.
És assim, Zé Ninguém. «Que posso eu fazer?». Preferes a tasca a uma biblioteca, a televisão a uma passeio com os teus filhos, a jogatina a uma noite de amor com a tua mulher. És incapaz de criar, de dar sem receber e vais sobrevivendo com a parcelazeca do teu quinhão de ouro. Sofres de peste mental, meu ladrãozeco de queixumes: «Ai que me dói uma perna, aí que me dói uma unha, aí que estou tão mal, aí que ninguém sofre tanto como eu, mas que hei-de eu fazer?». És assim, Zé Ninguém. Veneras os teus inimigos e matas os teus amigos. Mas afinal, porque desistes dos teus sonhos Zé Ninguém? Ah animal, soubesse eu calar a tua voz interior de uma vez por todas!
Escuta, Zé Ninguém é uma conversa dirigida ao Zé Ninguém que mora em cada um de nós. Wilhelm Reich fulmina-nos as entranhas macroscopicamente, com um olhar honesto, verdadeiro e duro. As feridas ardem sem dó nem piedade. O pior que temos cá dentro revela-se sem subterfúgios ou máscaras. Um livro que uiva contra a peste emocional que perverteu a humanidade. Infelizmente, peca pelo tom excessivamente messiânico e pela auto-imagem de Super-Homem que Reich cultiva de si próprio ao longo da narrativa."
Para quem quiser ler o livro, em:
www.geocities.com/projetoperiferia4/escutazeninguem1.htm
Boas leituras
Fénix
Enviar um comentário