ESCOLAS “DE” FÉRIAS
«A escola de hoje é o sítio onde mais e melhor se aprende a gostar de ter férias.
Tomara não sentir esta gula indomável por ela. Mas a verdade é que as quero muito, as desejo muito, as amo cada vez mais.
Quero-as,
porque libertam do muro asfixiante forrado a “tijolo burro,”com que o Ministério “murou” a escola pública deste país. Escola apagada, sem luz nem alma, onde os saberes escurecem, estiolam e morrem.
Desejo-as
porque, sem elas, não sobra tempo para aprender seja o que for de um pouco mais…
Desejo-as
para perceber se a existência existe mesmo…para poder ser feliz, de vez em quando…; para poder sentir que o quotidiano nem sempre é feito de esforços vãos por coisa nenhuma.
Amo-as
porque, cada vez mais, só nelas a emoção se pode espraiar, ou a ideia, idear.
Quero-as, desejo-as e amo-as
porque, sem elas, a vida descarrilaria, descolorida e exangue, para além da órbita emocional da Razão, até cair no tenebroso abismo da loucura.»
Cunha Ribeiro in A Educação do Meu Umbigo
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